Quarenta e seis milhões de franceses estão convocados às urnas no domingo (10) para o primeiro turno das eleições legislativas, nas quais a esquerda é favorita, um mês após a posse do socialista François Hollande como chefe de Estado.
Serão dois turnos com voto majoritário e 6.603 candidatos disputam as 577 cadeiras nesta primeira etapa. O segundo turno acontecerá no dia 17 de junho.
O Partido Socialista e seus aliados parecem estar em condições de obter a maioria absoluta (289 dos 577 assentos), embora a diferença seja apertada.
Ainda assim, nada é garantido e os dirigentes da esquerda convocaram os eleitores para uma mobilização até o último momento.
O presidente François Hollande voltou a pedir na última quinta-feira "uma maioria ampla, sólida e coerente".
"Não conseguirei promover uma mudança, como os franceses me pediram, se não dispor de uma maioria na Assembleia Nacional", disse.
"Se a esquerda ganhar, durante cinco anos não poderemos fazer nada para impedir sua loucura", afirmou, por sua vez, o líder da União por um Movimento Popular (UMP, direita) Jean-François Copé em Meaux (próximo a Paris), zona onde é parlamentar, mas não tem a segurança de uma reeleição.
Marine Le Pen, dirigente do ultradireitista Frente Nacional, pediu o voto de seus eleitores na votação presidencial, em que conquistou a terceira posição, para uma mobilização no primeiro turno, ressaltando que a permanência de seus candidatos no segundo "depende da participação".
A participação é um dos principais pontos dessas eleições, já que só prosseguirão para o segundo turno os candidatos que somarem ao menos 12,5% dos votos dos eleitores no primeiro. Dessa forma, se 60% da população comparecer às urnas (como indicam as pesquisas), um candidato tem que atingir 21% dos votos.
A participação determinará o número de enfrentamientos triangulares o quadrangulares que poderiam ser desastrosos para a direita no segundo turno.
Os resultados de várias circunscrições serão particularmente observados.
Em Hénin-Beaumont (norte), o confronto será entre a presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, e o líder da Frente de Esquerda (esquerda radical), Jean-Luc Mélenchon.
Em relação ao governo, o primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault e 24 de seus ministros são candidatos. A maioria deles tem perspectiva de eleição, mas o resultado é menos seguro para o ministro da Agricultura, Stéphane Le Foll.
Na direita, a situação também é difícil para dois ex-ministros de Nicolas Sarkozy, Nathalie Kosciusko-Morizet e Xavier Bertrand.
Finalmente, a ex-candidata socialista à presidência em 2007, Ségolène Royal, que quer agora ocupar a presidência da Assembleia Nacional, também não dispõe de uma situação confortável, já que enfrenta uma dissidente do PS que não aceitou sua nomeação como candidata em La Rochelle (oeste).
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas