Seguindo a tradição de enviar telegramas ao sobrevoar alguns países, o papa Francisco escreveu uma mensagem à presidente argentina, Cristina Kirchner, enquanto estava no espaço aéreo da terra natal.
“Alegra-me enviar uma cordial saudação a Vossa Excelência, expressando minha proximidade e afeto a essa querida nação, para a qual peço ao Senhor graças que permitam progredir nos valores humanos e espirituais, acrescentando o compromisso com a justiça e a paz”, escreveu o pontífice.
A exemplo do que ocorreu no Equador e na Bolívia, quando as palavras papais ganharam leitura política, entre os argentinos o desejo de progresso na área da Justiça levantou controvérsia. Entidades ligadas à Justiça e à liberdade de expressão têm denunciado um aumento da influência do Executivo sobre o Judiciário.
Na avaliação do cientista político Carlos de Angelis, da Universidade de Buenos Aires (UBA), trata-se de um recado criptografado. “É uma demonstração do poder que ele tem de influir na política argentina. Essa é a razão pela qual ele não veio ainda ao país, sendo uma tradição o pontífice voltar à casa logo”, diz.
