O papa Francisco pediu ontem que a Igreja Católica "intensifique" o diálogo com todas as religiões, especialmente com o Islã. Em discurso a embaixadores de 180 países que mantêm relações diplomáticas com a Santa Sé, o pontífice também falou da importância de se chegar aos ateus e condenou a "pobreza espiritual" no Ocidente.
"É importante intensificar o diálogo entre as várias religiões e penso particularmente no diálogo com o Islã", disse ele. "É também importante intensificar o alcance aos ateus", acrescentou. Francisco também enviou uma mensagem de paz para a China e outros países que não têm relações diplomáticas com a Santa Sé.
O papa explicou aos embaixadores que vai trabalhar para a paz, pelos pobres e pela "construção de pontes" entre os povos, lembrando que o título "pontífice" significa construtor de pontes.
As relações do Vaticano com o Islã enfrentaram períodos complicados durante o papado de Bento XVI. Ele irritou os muçulmanos num discurso de 2006, quando citou um imperador bizantino dizendo que alguns dos ensinamentos do profeta Maomé eram "maus e desumanos".
Em 2011, o Instituto Al-Azhar do Cairo, importante centro de ensino islâmico sunita, congelou o diálogo com o Vaticano em protesto contra o pedido de Bento XVI de maior proteção aos cristãos no Egito.
Francisco disse também que quer iniciar uma "jornada" com países que ainda não têm relações diplomáticas com o Vaticano.
China
Bento XVI havia escolhido como uma de sua prioridades a melhora das relações com a China, tendo em vista os milhões de fiéis que pertencem à Igreja Católica. Mas as relações permaneceram particularmente em relação à nomeação dos bispos. O governo chinês insiste em nomeá-los, mas o Vaticano diz que apenas o papa pode tonar esse tipo de decisão.
A China parabenizou Francisco por sua eleição, mas disse que o estabelecimento de relações formais vai depender do Vaticano cortar relações formais com Taiwan e interromper atividades que o país considera como um intervenção em seus assuntos internos, uma referência à nomeação dos bispos.
A Santa Sé também não tem relações diplomáticas com a Arábia Saudita.