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Religião

Francisco pede diálogo com os muçulmanos

Papa Francisco cumprimenta diplomatas estrangeiros em audiência no Vaticano | Tony Gentile/Reuters
Papa Francisco cumprimenta diplomatas estrangeiros em audiência no Vaticano (Foto: Tony Gentile/Reuters)

O papa Francisco pediu ontem que a Igreja Católica "intensifique" o diálogo com todas as religiões, especialmente com o Islã. Em discurso a embaixadores de 180 países que mantêm relações diplomáticas com a Santa Sé, o pontífice também falou da importância de se chegar aos ateus e condenou a "pobreza espiritual" no Ocidente.

"É importante intensificar o diálogo entre as várias religiões e penso particularmente no diálogo com o Islã", disse ele. "É também importante intensificar o alcance aos ateus", acrescentou. Francisco também enviou uma mensagem de paz para a China e outros países que não têm relações diplomáticas com a Santa Sé.

O papa explicou aos embaixadores que vai trabalhar para a paz, pelos pobres e pela "construção de pontes" entre os povos, lembrando que o título "pontífice" significa construtor de pontes.

As relações do Vaticano com o Islã enfrentaram períodos complicados durante o papado de Bento XVI. Ele irritou os muçulmanos num discurso de 2006, quando citou um imperador bizantino dizendo que alguns dos ensinamentos do profeta Maomé eram "maus e desumanos".

Em 2011, o Instituto Al-Azhar do Cairo, importante centro de ensino islâmico sunita, congelou o diálogo com o Vaticano em protesto contra o pedido de Bento XVI de maior proteção aos cristãos no Egito.

Francisco disse também que quer iniciar uma "jornada" com países que ainda não têm relações diplomáticas com o Vaticano.

China

Bento XVI havia escolhido como uma de sua prioridades a melhora das relações com a China, tendo em vista os milhões de fiéis que pertencem à Igreja Católica. Mas as relações permaneceram particularmente em relação à nomeação dos bispos. O governo chinês insiste em nomeá-los, mas o Vaticano diz que apenas o papa pode tonar esse tipo de decisão.

A China parabenizou Francisco por sua eleição, mas disse que o estabelecimento de relações formais vai depender do Vaticano cortar relações formais com Taiwan e interromper atividades que o país considera como um intervenção em seus assuntos internos, uma referência à nomeação dos bispos.

A Santa Sé também não tem relações diplomáticas com a Arábia Saudita.

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