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Beatificação

Freira que teria recebido milagre parou de tomar remédios

Uma freira católica que disse ter sido curada do mal de Parkinson após rezar para o Papa João Paulo II, morto em 2005, não quis na sexta-feira descrever o episódio como um milagre.

Mas insistiu: "Eu estava doente e agora estou curada."

A irmã Marie-Simon-Pierre, 46, contou a jornalistas que sofria da doença havia quatro anos e que estava prestes a largar seu emprego como supervisora de uma ala de maternidade em Aix-en-Provence, no sul da França, quando descobriu que sua mão estava novamente firme o suficiente para permitir que voltasse a escrever.

A recuperação dela pode ser decisiva para o processo de beatificação de João Paulo 2o, colocando-o a um passo da canonização. A Igreja Católica exige a prova de uma cura inexplicável do ponto de vista médico para a beatificação e de um segundo caso para declarar alguém como sendo um santo.

Na entrevista coletiva de sexta-feira, a irmã Marie-Simon-Pierre, um pouco apreensiva diante do grande número de câmeras, elogiou muito o antigo papa, a quem considerou uma inspiração já que João Paulo II também enfrentou o mal de Parkinson antes de morrer, em 2 de abril de 2005.

- Tudo o que posso dizer é que eu estava doente e que agora estou curada - afirmou a freira. - Cabe à Igreja decidir se houve ou não um milagre - acrescentou.

Mas a irmã não tinha dúvida sobre como interpretava sua recuperação. "Minha cura foi uma obra de Deus por meio da intercessão de João Paulo", acrescentou a freira.

O mal de Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva e irreversível que começa com tremores e problemas de equilíbrio.

Documentos

O arcebispo Claude Feidt, de Aix-en-Provence, afirmou que entregaria ao Vaticano, na segunda-feira - quando se completam dois anos da morte de João Paulo II -, uma grande quantidade de documentos referentes ao caso. A irmã Marie-Simon-Pierre deve acompanhá-lo.

A freira contou que seu neurologista ficou estupefato quando a viu entrar caminhando no consultório dele, cinco dias depois da repentina mudança.

"Ele afirmou: 'Irmã, o que a senhora fez para ficar assim? A senhora dobrou sua dose de dopamina?"', descreveu a freira, citando o nome do remédio que tomava então.

"Eu respondi: 'Não doutor. Eu parei com tudo isso'."

O padre Luc-Marie Lalanne, que comandou a investigação na arquidiocese de Aix-en-Provence, disse que um psiquiatra e três neurologistas - dois deles professores universitários - haviam testemunhado para afirmar que não sabiam como explicar a recuperação da freira.

A irmã Marie-Simon-Pierre disse ter continuado trabalhando na ala de 40 leitos da maternidade localizada perto de Aix-en-Provence até ser transferida, no ano passado, para uma maternidade de Paris dirigida pela ordem à qual pertence.

A freira afirmou que se decidiu por conceder entrevistas porque João Paulo II nunca evitou os jornalistas. "Ele nunca fugiu das câmeras. Isso me deu forças", afirmou.

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