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Tabaré Vázquez foi o mais votado no primeiro turno, mas terá de enfrentar Lacalle Pou no segundo, dia 30 de novembro | Andres Stapff/Reuters
Tabaré Vázquez foi o mais votado no primeiro turno, mas terá de enfrentar Lacalle Pou no segundo, dia 30 de novembro| Foto: Andres Stapff/Reuters

Personagem

Após deixar o governo, Mujica assumirá cadeira no Senado do Uruguai

Folhapress

O atual presidente do Uruguai, José Mujica, de 79 anos, foi eleito no último domingo como um dos senadores da próxima legislatura do Uruguai, entre 2015 e 2020. Com todas as urnas apuradas, a lista encabeçada pelo atual mandatário recebeu quase 350 mil votos, a que teve o maior apoio entre os integrantes da Frente Ampla. Além dele, estão no mesmo grupo a mulher de Mujica, a atual senadora Lucía Topolansky, e o ministro do Interior, Eduardo Bonomi. Segundo prognósticos feitos pelo jornal uruguaio El País, a Frente Ampla se manterá com a maioria no Congresso, com 50 das 99 cadeiras da Câmara de Deputados e 15 das 30 do Senado. Ontem, o presidente criticou a aliança entre o senador Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, e o candidato do Partido Nacional, Luis Lacalle Pou. A união tenta derrotar o candidato do governo, o ex-presidente Tabaré Vázquez. "Deus os criou, e eles se juntam. São a mesma coisa, não historicamente, mas agora sim. São pessoas que concordam em muitas coisas. O bom disso é que [a união] não é hipócrita", ironizou.

47% dos eleitores uruguaios votaram a favor de reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos, mas o número é insuficiente para mudar a lei. Para tanto, seriam necessários pelo menos 50% mais um. O plebiscito foi realizado junto com as eleições do último fim de semana, que escolheriam presidente, senadores e deputados.

99,6% das urnas haviam sido apuradas até o fechamento desta edição. Tabaré Vázquez (Frente Ampla) aparecia com 47,9% dos votos; Luis Lacalle Pou (Partido Nacional), com 30,96%; e Pedro Bordaberry (Partido Colorado), com 12,92%. Este já anunciou que vai apoiar Lacalle Pou, o candidato da oposição, no segundo turno, dia 30 de novembro.

Se for eleito para um segundo mandato, o ex-presidente Tabaré Vázquez será beneficiado pela composição do Congresso uruguaio definida no último domingo. A Frente Ampla, à qual pertencem o candidato e o atual presidente José Mujica, obteve 50 das 99 cadeiras da Câmara de Deputados e 15 dos 30 assentos do Senado. Apesar do empate numérico com a oposição, a coalizão garantiria vantagem em um governo Vázquez porque o vice será o presidente do Senado e terá voto de minerva.

O mesmo recurso poderá ser usado por Luis Lacalle Pou se conquistar a Presidência em 30 de novembro. Ele, porém, terá de formar maioria com outros partidos. Além dos colorados, que já lhe deram apoio no segundo turno, ele terá também que negociar com o Partido Independente, que negocia o apoio a um dos candidatos.

Na Câmara, porém, La­­calle Pou precisaria contar com a mudança de lado de alguns dos deputados da Frente Ampla para aprovar seus projetos ou derrubar medidas como a legalização do aborto e da maconha. Se não vencer, o candidato do Partido Nacional assumirá uma cadeira no Senado.

Sobre o segundo turno, nenhum analista do Uruguai se atreve a antecipar o resultado. "A situação de 1999 poderia se repetir, ou não, ninguém sabe. Amanhã começa uma nova partida", disse a analista política Mariana Pomies, da empresa de consultoria Cifra.

Maioridade penal

Ainda nas eleições de domingo passado, a maioria dos eleitores do Uruguai rejeitou a redução da maioridade penal no país de 18 para 16 anos para criminosos que cometem delitos graves.

Segundo a Corte Eleitoral uruguaia, 46,99% dos eleitores votaram pela mudança, que aconteceu junto com a escolha do sucessor do presidente José Mujica e dos membros do Congresso. A proposta só seria aprovada se mais de 50% dos eleitores colocassem na urna a cédula do "sim".

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