Socorristas buscam por sinais de vida embaixo dos escombros após o México ser atingido por terremoto| Foto: PEDRO PARDO/AFP

Depois de horas de tentativa de resgate de uma menina de nome Frida Sofía, de 12 anos, em uma escola que ruiu após o terremoto na Cidade do México, o governo mexicano reconheceu nesta quinta-feira (21) não ter certeza de que havia qualquer criança – morta ou viva – sob os escombros no local. E mais: a menina que se procurava ali sequer existia. Os tremores de terra que atingiram o país, na terça-feira (19), deixaram 286 mortos. Em 1985, quando outro grande terremoto foi registrado no México, a população viveu um drama parecido na busca do menino Monchito. Assim como Frida Sofía, o sobrevivente também não existia.

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As primeiras informações davam conta de que Frida Sofía teria se abrigado embaixo de uma mesa de granito, cujos pés de ferro não teriam cedido no momento do abalo.  A menina, segundo relatos divulgados na imprensa, teria pedido água e chegado a mexer a mão. Os socorristas também teriam relatado que ela estaria soterrada em um ponto de difícil acesso e que a intervenção deles ali poderia causar novos desabamentos na escola.

Nesse tempo, no entanto, sequer apareceram familiares procurando a suposta aluna. O Ministério da Educação admitiu que pode ter havido um erro na identificação da criança.

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Na quinta, equipes da Maria afirmaram ao jornal El Universal que a garota Frida Sofía não foi uma realidade. “Temos certeza de que todas as crianças, infelizmente, morreram ou estão em hospitais ou estão seguras em suas casas".

Algumas pessoas acreditam que a confusão tenha ocorrido por causa de uma cadela labrador de resgate da própria Marinha. Batizado de Frida, o animal foi levado até os escombros da escola para ajudar na busca de vítimas. “Ela é Frida, orgulho naval que conseguiu salvar 52 vidas em diferentes desastres naturais a nível nacional e internacional”, publicou a equipe da Marinha no twitter.

Passado

O falso drama de Frida Sofía fez com que o país revivesse a história da busca pelo menino Monchito, em 1985, quando um terremoto de magnitude 8,1 na escala Richter abalou o México. A informação era de que um garoto teria ficado soterrado no apartamento do avô. 

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Um socorrista teria ouvido um barulho sob os escombros e alertado para a possibilidade de um sobrevivente no local. Foram três semanas de buscas até que se constatasse que Monchito não existia. Até que a verdade fosse descoberta, no entanto, o falso drama gerou grande comoção entre a população.

Segundo o jornal El Universal, há suspeitas de que a história tenha sido inventada por pessoas que queriam recuperar um cofre com dinheiro e objetos de valor que estavam nos escombros do apartamento do avô da suposta criança.

Mortes

As autoridades confirmaram 25 mortos, sendo 19 crianças e seis adultos, na escola conhecida pelo falso drama de Frida Sofía. Pelo menos outras 11 crianças foram tratadas em hospitais por lesões que não ameaçavam a vida. Entre elas estão os irmãos Luis Carlos Herrera Tomé, de 12 anos, e José Raul Herrera Tomé, de 7 anos, que ficaram mais de 20 horas embaixo de uma pilha de tijolos.

O terremoto que atingiu o México nesta terça deixou cerca de 2 mil pessoas feridas no país.

 

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