Protesto na Flórida, contra a deportação de haitianos acampados na fronteira entre Estados Unidos e México| Foto: EFE/EPA/CRISTOBAL HERRERA-ULASHKEVICH
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Cerca de 19 mil pessoas, a maioria de nacionalidade haitiana, estão retidas na fronteira da Colômbia com o Panamá, à espera de atravessar a perigosa selva de Darién, em cenário muito semelhante ao que tem se repetido nos últimos meses, de acordo com a Defensoria do Povo. A agência estatal colombiana disse que nos últimos dias aumentou o número de migrantes em trânsito que chegaram a Necoclí, uma das últimas paradas na Colômbia antes da rota de Darién, uma das passagens de fronteira mais perigosas do mundo.

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Este cenário tem se repetido nos últimos meses, com um número recorde de pessoas atravessando essa passagem, principalmente haitianos procedentes de Chile e Brasil, onde viviam há anos, mas que decidiram embarcar rumo à América do Norte.

Os governos de Panamá e Colômbia concordaram em permitir a passagem de 500 pessoas por dia, mas este número não é suficiente para o número de migrantes - inclusive muitas crianças e bebês - que chegam à fronteira.

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As empresas que as transportam de Necoclí para Capurganá por barco através do golfo de Urabá estão respeitando a cota de 250 bilhetes diários cada uma, mas “há um número indeterminado de pessoas que não conseguiram adquirir os seus bilhetes ou que decidem atravessar o golfo de Urabá em barcos ilegais, especialmente no início da manhã”, informou a defensoria.

Desta forma, essas pessoas são expostas a naufrágios e outras violações dos direitos humanos antes de atravessarem Darién, uma selva densa onde, além das cheias dos rios, ataques de animais e mau tempo, os migrantes costumam ser vítimas de roubos, abusos sexuais e até assassinatos por aqueles que os transportam e pelos grupos armados que operam no local.

Mais de 18 mil migrantes da Colômbia chegaram ao Panamá em julho, de acordo com o governo colombiano, o número mais elevado até agora neste ano, ultrapassando os mais de 11 mil em junho, uma quantidade incomum para a época das chuvas, quando a travessia é mais perigosa e menos movimentada.

A agência Migração Colômbia relatou que mais de 27 mil pessoas de diferentes nacionalidades, principalmente haitianos, entraram irregularmente no solo colombiano em agosto, principalmente através da fronteira com o Equador.

Até agora, neste ano, mais de 70 mil pessoas, incluindo 13 mil crianças, atravessaram a região de Darién, número que equivale ao total dos cinco anos anteriores, disse nesta semana a Federação Internacional da Cruz Vermelha.

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Migrantes que fizeram a mesma rota estão agora retidos na fronteira entre Estados Unidos e México. O governo do presidente Joe Biden já começou a repatriar pessoas que, em muitos casos, não vivem no Haiti há anos e têm filhos que não nasceram no país.