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Curitiba – Diante das críticas do Brasil e da Argentina contra os acordos de cooperação firmados entre Assunção e Washington, o Paraguai interpretou a prática de exercícios militares pelo Exército brasileiro a poucos quilômetros da fronteira paraguaia, na última semana, como uma reação política. Brasil e Argentina questionam há três semanas a interferência das negociações do Paraguai com os EUA no futuro do Mercosul.

A movimentação militar na região da fronteira com o Paraguai foi autorizada por Brasília. Entre 200 e 700 soldados participaram de atividades como a simulação de uma invasão à cidade de Santa Terezinha de Itaipu, à margem do Lago Itaipu. A tropa marchou por 15 quilômetros entre Foz e Santa Terezinha, cercou prédios públicos e acabou chamando a atenção da imprensa paraguaia.

O principal jornal de Assunção, o ABC Collor, noticiou a mobilização como um treinamento para enfrentar situações de risco. O comandante Rigel Abib Zattar garantiu ao Paraguai que a mobilização era rotineira, mas a informação ganhou pouco destaque no impresso. Além disso, a intenção seria inibir a criminalidade em Santa Terezinha. O jornal acrescentou que, dois meses atrás, militares do Rio de Janeiro já haviam simulado uma invasão a Foz do Iguaçu, ocupando pontos estratégicos da fronteira com o Paraguai.

Para o cientista militar Sérgio Zilio, de Curitiba, o Brasil deve se preocupar em buscar informações sobre a movimentação de soldados norte-americanos no Paraguai. Os acordos aprovados pelo Congresso do país vizinho autorizam a presença de 400 militares dos EUA em solo paraguaio até dezembro de 2006.

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