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Crise humanitária

Fugindo do Talibã: para onde os refugiados afegãos serão enviados

Crescente Vermelho Iraniano distribui alimentos a refugiados afegãos reunidos na fronteira Irã-Afeganistão na província de Sistan-Blochestan, sudeste do Irã, 16 de agosto de 2021 (Foto: MOHAMMAD JAVADZADEH/Divulgação/EFE)

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O avanço do Talibã sobre o Afeganistão gerou uma crise migratória de preocupação internacional. A situação ficou particularmente dramática depois que o grupo fundamentalista tomou a capital, Cabul.

Enquanto alguns se arriscam tentando fugir por via terrestre para países vizinhos, como Uzbequistão, Irã e Paquistão, milhares aguardam em Cabul para serem levados para fora do país em voos organizados por Estados Unidos e aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Não se sabe quantos afegãos estão tentando sair do país, mas a maioria deles não pode fazê-lo por vias regulares. De acordo com a Acnur, a agência da ONU para refugiados, mais de 550 mil afegãos foram forçados a deixar suas casas por causa da guerra entre janeiro e começo de agosto.

Alguns governos, como o Reino Unido e os EUA, afirmaram que darão asilo aos refugiados afegãos, mas ainda em número limitado em relação à proporção da crise. Confira a seguir as promessas de auxílio aos afegãos que estão fugindo do regime do Talibã.

EUA - O governo americano não informou quantos refugiados afegãos receberão asilo nos Estados Unidos, mas o presidente, Joe Biden, anunciou na semana passada que vai alocar mais US$ 500 milhões para atender refugiados do país em crise.

Afegãos que trabalharam com o governo americano ao longo dos 20 anos da guerra estão sendo retirados do Afeganistão e levados para centros no Qatar, Alemanha, Kuwait, Espanha e Colômbia, onde vão ficar enquanto esperam a tramitação do processo para obter um Visto de Imigrante Especial Afegão (SIV, na sigla em inglês). O presidente Joe Biden disse neste domingo que o governo fará uma verificação de antecedentes para todos aqueles que não são americanos.

Reino Unido - O primeiro-ministro Boris Johnson disse que o Reino Unido vai receber 20 mil refugiados afegãos nos próximos anos. O programa de asilo emergencial, chamado de esquema de reassentamento de cidadãos afegãos, dará prioridade para mulheres, crianças e minorias religiosas. Os primeiros cinco mil devem chegar ao país ainda em 2021, além de 5 mil funcionários ou ex-funcionários do governo britânico que receberão vistos.

União Europeia - Não há um plano entre os países do bloco para receber refugiados afegãos. Alguns países, como a Alemanha, demonstraram intenção de acolher pessoas que correm risco de vida no Afeganistão sob domínio do Talibã. O tema está sendo discutido pelas lideranças, mas as opiniões divergentes dos países-membros podem impedir que se chegue a um entendimento, como ocorreu na crise de refugiados da guerra da Síria. Algumas das opções que estão sendo analisadas são financiamento para países-membros que acolham refugiados e parcerias com nações de fora da UE.

A sensibilidade do assunto para o bloco pôde ser percebida na fala do presidente da França, Emmanuel Macron, que disse que seu país protegeria aqueles em maior perigo, mas que a Europa “não pode assumir as consequências da atual situação sozinha”.

Austrália - O primeiro-ministro, Scott Morrison, disse que seu governo pretende dar refúgio a três mil afegãos por meio de um programa de ajuda humanitária já existente.

Canadá - Assim como o Reino Unido, o governo canadense prometeu asilo a 20 mil refugiados afegãos, dando prioridade a mulheres, minorias e ex-funcionários do governo afegão.

Tajiquistão, Uzbequistão - Com o avanço do Talibã sobre o território afegão ao longo de 2021, centenas de afegãos migraram para as ex-repúblicas soviéticas que fazem fronteira com o Afeganistão. De acordo com o governo do Uzbequistão, cerca de 1.500 cruzaram a fronteira. Ainda em julho, o Tajiquistão disse que estava se preparando para acolher até 100.000 refugiados do Afeganistão, segundo informou a Reuters. Em julho, o governo tadjique disse ter recebido 1,5 mil refugiados. Vários foram enviados de volta ao Afeganistão.

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