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Alberto Fujimori durante julgamento: pagamento milionário a assessor | Francisco Medina/AFP
Alberto Fujimori durante julgamento: pagamento milionário a assessor| Foto: Francisco Medina/AFP

São Paulo - O ex-presidente peruano Alberto Fujimori disse ontem perante a Justiça que fez um pagamento milionário a seu ex-assessor Vladimiro Montesinos em 2000 para evitar um golpe de Estado. Fujimori fez a afirmação, imediatamente qualificada de falsa pelo promotor, em seu depoimento final no julgamento por corrupção, cuja sentença deve sair na próxima segunda-feira.

O ex-presidente (1990–2000) é julgado pelo pagamento de US$ 15 milhões a seu então assessor e chefe dos serviços de inteligência, Vladimiro Montesinos, como "compensação por tempo de serviço’’.

Segundo Fujimori, que disse não ter tirado "jamais’’ dinheiro dos cofres do Estado, uma vez que se tornou pública a imensa rede de corrupção que Montesinos comandava, seu assessor "entendeu’’ que seus serviços não eram mais necessários.

"É por isso que ele (Montesinos) decidiu começar a preparar um golpe de Estado contra meu governo’’, assinalou o ex-líder.

Fujimori explicou que o então ministro da Economia, Carlos Boloña, tentou, "por sua própria iniciativa’’, dissuadir Montesinos "de sua tentativa de golpe de Estado em troca de um pagamento’’.

Depois, Boloña, junto ao primeiro-ministro, Federico Salas, lhe explicaram que "a única alternativa para evitar um mal maior ao país era aceitar a condição do ex-assessor, que literalmente vendia sua saída’’, enfatizou Fujimori.

O promotor Avelino Guillén, que pediu oito anos de prisão para o ex-presidente no caso, disse que a versão de Fujimori sobre o suposto golpe de Estado "é absolutamente falsa’’. Na segunda-feira passada, Fujimori admitiu os fatos, mas não a responsabilidade penal.

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