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O ex-presidente peruano Alberto Fujimori, de 70 anos, foi condenado nesta terça-feira (7) em Lima a 25 anos de prisão por violações dos direitos humanos.

É a primeira vez que um presidente latino-americano eleito democraticamente é condenado por esse tipo de abuso em seu próprio país.

Um painel de três juízes o condenou por ter mandado as Forças Armadas matarem 25 pessoas acusadas de pertencer à guerrilha do Sendero Luminoso durante seu governo, entre 1990 e 2000. Cabe recurso.

Assim que soube da sentença, Fujimori consultou seu advogado e disse ao presidente do tribunal que vai apelar da decisão.

As acusações pelas quais é julgado o ex-presidente são: autor intelectual da matança no distrito de Barrios Altos, Lima, em 1991, em que morreram 15 pessoas, matança na Universidade de La Cantuta em 1992, assim como os sequestros do jornalista Gustavo Gorriti, correspondente na época do jornal espanhol "El País", e do empresário Samuel Dyer.

Cerca de 70 mil pessoas morreram em duas décadas de conflitos entre governo e guerrilha maoísta no país.

Fujimori chegou a ser um presidente popular por conta de seu sucesso em controlar o caos econômico e vencer a guerrilha. Mas um escândalo de corrupção abalou seu governo em 2000, e ele fugiu para o exílio no Japão.

Hoje, aos 70 anos, ele está preso e deve passar o resto da vida atrás das grades.

Confronto

Simpatizantes de Fujimori e um grupo de sindicalistas se enfrentaram do lado de fora do tribunal onde acontecia a leitura da sentença.

Os fujimoristas estão concentrados a cerca de 200 metros da sala judicial, de onde acompanharam a leitura da sentença por um telão, e reagiram quando viram se aproximar um grupo da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), que pedia a condenação do ex-líder.

Ao atravessarem a rua, os sindicalistas gritaram "assassinos", enquanto os fujimoristas responderam com "terroristas", o que deu início a uma briga que deixou vários feridos.

Um simpatizante de Fujimori foi ferido na cabeça por uma pedra jogada pelos críticos ao ex-líder.

A polícia presente na área separou os dois grupos e ficou entre eles para evitar que se enfrentassem novamente.

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