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Santiago (AFP, Folhapress e EFE) – Após cinco anos de exílio no Japão, o ex-presidente peruano Alberto Fujimori, 67 anos, foi preso ontem à noite no Chile, dez horas depois de ter chegado ao país em um vôo iniciado em Tóquio, com escalas no México e nos Estados Unidos. A prisão preventiva foi determinada por um juiz da Suprema Corte chilena, a pedido do governo Peru, que enfrenta um impasse diplomático com o Chile.

Na semana passada, o presidente peruano, Alejandro Toledo, promulgou uma lei que redefine a fronteira marítima entre os dois países. O Chile diz que não reconhece a mudança. A área abrange 35 mil quilômetros quadrados do Oceano Pacífico. O presidente peruano, Alejandro Toledo, pôs as diferenças de lado e telefonou para o Palácio de La Moneda para agradecer a colaboração dos chilenos. "Quero expressar meu agradecimento público ao governo do Chile por um primeiro passo dado", disse o peruano, em Lima. A estratégia do governo chileno foi a de tentar tirar o teor político da prisão de Fujimori. "O tema está radicado absolutamente no âmbito judicial", disse o chanceler chileno, Ignacio Walker.

Sentido-se pressionado, o embaixador norte-americano em Lima, James Curtis, disse que Fujimori usou um nome falso para a escala em Atlanta e que esse expediente evitou sua detenção. Já o governo do México disse que não prendeu o ex-presidente for falta de um mandado específico.

Segundo o jornal peruano La República, há 20 processos à espera de Fujimori no país. A soma das penas chega a 165 anos de prisão. Vários desses processos estão ligados à atuação conjunta com seu ex-assessor Vladimiro Montesinos, que está preso (veja cronologia ao lado).

O ex-presidente chegou no domingo a Santiago, onde um grupo de simpatizantes e um advogado o esperavam. Levado ao luxuoso Hotel Marriott, ele foi preso pouco antes da meia-noite. Ontem, foi levado a uma detenção na cidade de San Bernardo, a 20 quilômetros de Santiago.

O governo peruano enviou uma comissão de alto nível a Santiago para tratar da extradição do ex-presidente, que tem um mandado de prisão internacional expedido pela Interpol. Os advogados do ex-presidente já entraram com pedido de liberdade provisória.

Em outubro, Fujimori havia anunciado que concorreria à Presidência, apesar de estar com seus direitos políticos suspensos até fevereiro de 2011. Pesquisas recentes lhe dão entre 15% e 20% de intenção de votos, mas a sua taxa de rejeição fica em torno de 50%. As eleições estão marcadas para abril.

Lima

Em Lima, simpatizantes de Alberto Fujimori e funcionários despedidos durante o governo do ex-presidente peruano trocaram socos diante da embaixada do Chile. A polícia teve que intervir para separá-los. Elias Grijalba, secretário-geral da Confederação de Trabalhadores do Peru (CTP), se queixou de ter sido agredido. Os partidários do ex-presidente peruano sustentaram que foram à embaixada para pedir ao governo de Ricardo Lagos que se comprometa a garantir a vida de Fujimori e que não ceda às pressões para entregá-lo.

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