A defesa do ex-presidente peruano Alberto Fujimori responsabilizou nesta quarta-feira (11) militares por planejar e executar ações contra a guerrilha na década passada, um novo esforço para eximi-lo das acusações de assassinato e sequestro durante seu governo.
O advogado César Nakazaki disse no tribunal que julga Fujimori que não é possível condenar o ex-presidente apenas com base em declarações de agentes ou informações jornalísticas nas quais se baseia a acusação.
Nakazaki espera concluir suas alegações em duas semanas e depois Fujimori falará durante sua defesa perante a corte, que deve anunciar a sentença em abril.
"Quem decidia a política antissubversiva era o Conselho de Ministros, que formulava, executava e supervisionava a política de defesa militar. No campo militar era o ministro da Defesa", afirmou o advogado.
"Então, como Alberto Fujimori, no exercício de seu cargo, dita uma política de guerra suja e ordena a matança de Barrios Altos e La Cantuta?", questionou.
A Promotoria pede 30 anos de prisão para Fujimori pela morte de 15 pessoas, entre elas uma criança, no caso de Barrios Altos em 1991 e a execução de outros 10 estudantes e professor da universidade estatal La Cantuta em 1992.
As pessoas foram executadas por um esquadrão da morte formado por militares da ativa, com base em suspeitas de que pertenciam ao grupo maoísta Sendero Luminoso.
Familiares das vítimas planejam uma marcha na quinta-feira até a sede da Promotoria para exigir uma "condenação exemplar" contra o ex-presidente.
Fujimori governou o Peru entre 1990 e 2000, ano em que foi destituído devido a um escândalo de corrupção.