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Funcionário público é apontado como suspeito de tiroteio que matou 12 em Virginia Beach

Atirador abriu fogo contra colegas em um complexo municipal da cidade de Virginia Beach nesta sexta-feira (31)
Atirador abriu fogo contra colegas em um complexo municipal da cidade de Virginia Beach nesta sexta-feira (31) (Foto: Reprodução / NBC)

Um homem que trabalhava para Virginia Beach como engenheiro de obras públicas foi identificado pelas autoridades como o suspeito de ter atirado e matado doze pessoas na tarde de sexta-feira num complexo de serviços municipais antes de ser morto depois de um tiroteio com a polícia.

O chefe da política de Virginia Beach, James Cervera, identificou hoje (1º) pela manhã o suspeito como DeWayne Craddock, 40, que trabalhava para a prefeitura há cerca de 15 anos. As autoridades policiais disseram que encontraram várias armas na cena do crime e, mais tarde, na casa de Craddock.

“Em seu arsenal, estavam uma pistola semiautomática .45 com um silenciador e vários cartuchos de munição”, disse Cervera. Craddock "atirou indiscriminadamente” depois de entrar no prédio”, completou.

Doze pessoas foram mortas. Onze delas eram funcionários públicos municipais, de acordo com as autoridades, e a outra vítima era um empreiteiro que pedia um alvará na prefeitura na hora do tiroteio.

Cervera disse que as autoridades só mencionariam apenas o nome do atirador “e ele será chamado apenas de ‘suspeito’ para que o foco seja mantido nas vítimas”.

Quem era o atirador?

Craddock era um funcionário ativo, disseram seus colegas, recusando-se a falar de seu histórico profissional, nem como de questões pessoais.

Ele usou seu crachá normalmente para entrar nas salas que eram abertas ao público. Sua secretária eletrônica ainda funcionava na noite de sexta-feira.

Um site profissional de engenheiros da Virginia descrevia Craddock como ex-aluno da Old Dominion University, com diploma de graduação em engenharia civil. Um porta-voz da universidade confirmou que ele se formou em engenharia civil em 2002.

Um artigo de 2003 publicado no Virginia Business Observer dizia que Craddock tinha entrado para uma empresa de consultoria chamada MAS PC como engenheiro de projetos. Em Virginia Beach, seu nome aparecia como contato nas notas à comunidade sobre projetos de obras locais que afetariam as cercanias.

Na ruazinha tranquila onde Craddock vivia, vários vizinhos narraram conversas ocasionais com Craddock, que seria um homem quieto.

Amanda Archer, 22, e Cassetty Howerin, 23, disseram que ficaram surpresas ao saberem que o homem que vivia no apartamento de cima era o atirador.

Craddock era um homem tranquilo e reservado, disseram elas, que raramente conversava com elas quando eles se cruzavam do lado de fora da propriedade.

Archer disse que Craddock geralmente ficava fora de casa de segunda a quinta-feira, mas que às sextas ele geralmente acordava mais tarde.

Por isso Archer ficou um pouco surpresa, disse ela, ao vê-lo sentado em seu Subaru branco, olhando para a frente, por volta das 6h45 da manhã de sexta-feira, quando ia para o trabalho.

“Foi uma coisa estranha e acho que poderia ter acenado, dito ‘Oi, tenha um bom dia’, mas, sabe, ele era reservado e não gostava de pessoas puxando conversa”, disse Archer. "`Pensei que era simplesmente melhor entrar no meu carro e ir trabalhar. Ele ainda ficou lá sentado depois que saí”.

Os dois vizinhos, que se mudaram há um ano e pretendiam sair do apartamento no sábado anterior ao tiroteio, disseram que nunca tinham conversado longamente com Craddock e não se lembravam de vê-lo recebendo visitas, nem mesmo em datas festivas.

“Ele era muito sozinho”, disse Archer. “Ele parecia aquele tipo de pessoa solitária e que não gosta muito de se envolver com o mundo”.

Câmeras

Quando se mudaram para o apartamento, há um ano, a mulher disse que notou três câmeras em duas janelas da casa de Craddock que pareciam voltadas para o estacionamento. Eles disseram que ficaram com a impressão de que as câmeras foram instaladas para proteger os dois carros dele, um Camaro cinza que ele usava nos finais de semana e o Subaru que usava para trabalhar.

"A gente sempre brincava, dizendo ‘DeWayne tem aquelas câmeras na casa dele, então se alguém aparecer para nos atacar nada acontecerá', sem saber que a pessoa que podia ter nos atacado era ele”, disse Archer. "Mas nunca tivemos medo nem nada”.

Archer estava no trabalho quando ficou sabendo do tiroteio. Daí ela foi ao Festival Patriota, mas o incidente era o assunto do evento.

"Durante toda a noite, eles fizeram questão de usar o show como uma coisa divertida para tentar animar a comunidade depois do que aconteceu”, disse ela.

Só ao chegar em casa, por volta das 23h, é que ela percebeu que o atirador suspeito era seu vizinho.

Howerin também estava no trabalho, como funcionária municipal, quando ouviu falar que havia um atirador à solta.

"Não estava pensando nada sobre o assunto”, disse Howerin. "Hoje em dia a gente ouve falar tanto desses atiradores, meio que se torna algo normal, o que é péssimo. Daí cheguei em casa mais tarde e descobri que o atirador era o cara que morava no andar de cima”.

"É de cortar o coração, sinceramente”, acrescentou ela.

Outro vizinho, Christian Coble, 30, disse que se deparou com Craddock umas duas vezes, enquanto tirava o lixo, e se lembrou dele porque o pai de Coble também se chama Dewayne.

"Ele disse que era funcionário público”, disse Coble, chamando Craddock de “humilde” e “comum”.

“Ele parecia um cara legal”, disse. “Acho que a gente nunca sabe pelo que a outra pessoa está passando”.

Coble ouviu falar do tiroteio ainda no escritório da seguradora onde trabalha, a cerca de um quilômetro e meio da prefeitura. Um supervisor veio me dizer para não andar por Nimmo Parkway porque havia “um atirador à solta”.

"No começo, não sabíamos se alguém tinha morrido”, disse Coble. "Brincamos dizendo que alguém teve que pagar pensão alimentícia e perdeu a cabeça”.

Assim que chegou perto de casa, por volta das 22h, Coble viu veículos blindados da SWAT, equipes de jornalistas e aquela faixa amarela da polícia no fim da rua sem saída onde Craddock vivia.

Coble disse que sua namorada tinha ouvido a polícia anunciar, às 21h, que eles tinham um mandado de busca e que todos os que estavam na casa de Craddock deveriam sair.

Aí ouve um estrondo e os policiais derrubaram a porta.

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