O diretor-executivo da Fundação Nobel, Vidar Helgesen, alegou que é necessário evitar a “polarização”, mas a decisão foi criticada pelo governo sueco| Foto: Aron Urb/Wikimedia Commons/Presidência da Estônia
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A Fundação Nobel voltou a convidar os embaixadores da Rússia, de Belarus e do Irã, três autocracias que haviam ficado de fora no ano passado, para o banquete do Prêmio Nobel, que será realizado em dezembro em Estocolmo.

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Em um comunicado divulgado na quinta-feira (31), o diretor-executivo da Fundação Nobel, Vidar Helgesen, alegou que a entidade percebeu “que o diálogo entre aqueles com pontos de vista diferentes está sendo reduzido” e que é necessário evitar a “polarização”.

“Para contrariar esta tendência, estamos agora estendendo os nossos convites para celebrar e compreender o Prêmio Nobel e a importância da ciência livre, da cultura livre e de sociedades livres e pacíficas”, disse Helgesen.

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Rússia e Belarus foram impedidos de participar do evento em 2022 devido à invasão de Moscou à Ucrânia (agressão apoiada pelo ditador bielorrusso, Alexander Lukashenko), enquanto o Irã sofreu a mesma sanção em razão do seu histórico de desrespeito aos direitos humanos.

No segundo semestre do ano passado, Teerã reprimiu com extrema violência protestos que ocorreram após uma jovem ser morta pela Polícia de Costumes por não usar o véu islâmico de forma “adequada”.

“As conquistas reconhecidas pelo Prêmio Nobel exigem abertura, intercâmbio e diálogo entre pessoas e nações. A Fundação Nobel gostaria de transmitir esta mensagem a todos”, afirmou Helgesen.

Curiosamente, nos últimos dois anos, o Nobel da Paz foi concedido três vezes a perseguidos pelos governos da Rússia e de Belarus: o jornalista russo Dmitry Muratov (que dividiu o prêmio com a jornalista filipina Maria Ressa), em 2021, e o ativista bielorrusso Ales Bialiatski e a organização de direitos humanos russa Memorial (que foram laureados ao lado do Centro de Liberdades Civis, da Ucrânia), em 2022.

Em nota enviada à CNN, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, manifestou decepção com a decisão da Fundação Nobel.

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“A Fundação Nobel naturalmente decide quem quer convidar. Mas eu, como muitos outros, reagi com grande surpresa ao convite feito à Rússia”, disse Kristersson. “Eu não teria feito isso se estivesse enviando convites para uma cerimônia de premiação e vejo que isso [os convites a Rússia, Belarus e Irã] incomoda muitas pessoas na Suécia e na Ucrânia.”

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]