Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Criptomoedas

Fundador da FTX é alvo de oito acusações, entre elas doações irregulares para campanhas eleitorais

Damian Williams, procurador dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, detalha em coletiva de imprensa as acusações contra Samuel Bankman-Fried (Foto: EFE/EPA/JUSTIN LANE)

Ouça este conteúdo

O fundador da plataforma de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, detido nas Bahamas, responde formalmente a oito acusações, entre elas fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e violação das leis de financiamento de campanhas políticas.

De acordo com o documento divulgado pela Procuradoria do Distrito Sul de Nova York, que na segunda-feira (12) solicitou a sua prisão e extradição, as oito acusações estão principalmente relacionadas a fraude ou conspiração para fraudar: clientes da FTX, credores, fraude de produtos ou fraude de títulos, entre outros.

A primeira acusação (conspiração para fraudar clientes) detalha que o réu e os seus associados “conscientemente e intencionalmente conceberam um esquema e um plano para fraudar, obter dinheiro e propriedades através de falsas ou fraudulentas pretensões, representações e promessas”, e “concordaram com outros em enganar os clientes do FTX.com, apropriando-se indevidamente dos seus depósitos e utilizando-os para pagar as despesas e dívidas da Alameda Research”.

Alameda Research foi a empresa de investimento criada pelo próprio Bankman-Fried, com a qual supostamente utilizou milhões de dólares do dinheiro dos clientes da FTX sem o seu conhecimento para realizar negócios de risco.

Mas as acusações também têm uma dimensão política: “Cometer crimes contra os Estados Unidos ao envolver-se em violações das leis federais relativas à realização, recepção e comunicação de contribuições, doações ou despesas” incorridas nas eleições federais, sem citação aos candidatos que receberam as doações.

De acordo com várias reportagens da imprensa americana, Bankman-Fried teria financiado tanto candidatos democratas como republicanos.

O documento da Procuradoria conclui que o acusado “entregará aos Estados Unidos toda e qualquer propriedade, real ou pessoal, obtida ou derivada de procedimentos identificáveis com a prática dos crimes acima mencionados, incluindo e não se limitando ao montante em dinheiro em moeda americana que represente o total dos rendimentos identificáveis com a prática de tais crimes”.

O jornal The New York Times informou nesta terça-feira (13) que Bankman-Fried cooperou durante a detenção, de acordo com uma pessoa próxima ao caso, mas ainda não se sabe quando ele será extraditado.

O empresário de 30 anos também enfrenta outro processo judicial, desta vez da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), que o acusa de orquestrar uma fraude contra os investidores.

“Sam Bankman-Fried construiu um castelo de cartas baseado no engano enquanto dizia aos investidores que era uma das estruturas criptográficas mais seguras”, disse o presidente da SEC, Gary Gensler, em comunicado.

A FTX pediu falência em 11 de novembro. Posteriomente, no final do mesmo mês, a nova direção da empresa compareceu pela primeira vez ao tribunal de falências do estado do Delaware para iniciar o processo de reestruturação.

Os advogados da nova direção e o seu atual chefe, John Ray, afirmam que uma “quantia substancial” dos ativos da empresa pode ter sido roubada ou estar desaparecida.

A nova direção alegou também que a empresa tinha uma “ausência total de controles corporativos” e uma falta de “informação financeira confiável”.

A plataforma, que chegou a ser avaliada em US$ 32 bilhões, pode ter mais de 1 milhão de credores em todo o mundo. Até o momento, a empresa admitiu que deve mais de US$ 3 bilhões aos 50 maiores credores. No entanto, Bankman-Fried culpa parte da quebra à venda em massa de criptomoedas ocorrida no início deste ano.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.