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O fundador do grupo terrorista peruano Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, morreu vítima de uma pneumonia, conforme resultado da autópsia, conforme divulgou neste domingo (12) o Ministério Público do Peru.
Guzmán morreu no sábado (11), aos 86 anos, no presídio de segurança máxima da Base Naval de Callao, onde cumpria pena de prisão perpétua.
De acordo com o MP peruano, a autópsia no corpo do fundador do Sendero Luminoso indicou que a casa do óbito foi uma pneumonia bilateral, causa por agente patológico.
A conclusão do exame ainda está sujeita aos resultados das perícias patológicas, toxicológicas e químicas, entre outras indicadas pela promotoria", informou o Ministério Público.
Além disso, o órgão informou sobre o destino dos restos mortais de Guzmán, que, por ordem do governo do Peru, serão cremados, para evitar que exista uma sepultura que se torne ponto de peregrinação de visitantes.
O Ministério da Justiça do país, inclusive, alertou que qualquer homenagem ao fundador do Sendero Luminoso será considerada com apologia ao terrorismo, delito que tem pena prevista de até 15 anos de prisão.
O MP, contudo, destacou no comunicado que a lei geral de saúde e o código processual penal peruano estabelecem que os restos mortais devem ser entregues para os familiares diretos, devidamente identificados.
O órgão confirmou que Iris Quiñonez solicitou formalmente a entrega do corpo de Guzmán, afirmando ter uma procuração de Elena Iparraguirre, mulher do fundador do Sendero Luminoso, que é apontada como número 2 do grupo e também foi condenada à prisão perpétua.
O pedido será avaliado nas próximas horas, segundo as informações divulgadas pelo Ministério Público.
Ontem, por meio de comunicado, o comitê técnico do complexo penal (Cerec, na sigla em espanhol) indicou que Abimael Guzmán morreu às 6h40 (horário local) devido a "complicações em seu estado de saúde".
A saúde do detento vinha piorando desde 13 de julho. Uma semana depois, ele recebeu atendimento geriátrico no hospital da base naval, afirmou a chefe do Instituto Nacional Penitenciário (Inpe), Susana Silva, à emissora de televisão "RPP Noticias".
A morte de Guzmán ocorreu um dia antes de serem completados 29 anos de quando ele foi preso, em Lima, junto com a cúpula do Sendero, uma organização terrorista culpada pela maioria das 69 mil mortes causadas no Peru entre 1980 e 2000 por atentados e pela repressão das forças de segurança.