O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, tentará persuadir um juiz britânico nesta segunda-feira (7) a bloquear sua extradição à Suécia - onde poderia ser julgado por crimes sexuais -, argumentando que poderá enfrentar pena de morte nos Estados Unidos.

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O australiano Assange, 39 anos, especialista em computação, enfureceu o governo norte-americano ao divulgar milhares de documentos diplomáticos secretos em seu site na internet. Ele é procurado na Suécia, onde duas voluntárias do WikiLeaks o acusam de conduta sexual indevida. Assange nega as alegações.

Durante uma audiência de dois dias, de segunda a terça-feira, no tribunal de alta segurança de Belmarsh, no sudeste de Londres, os advogados de Assange tentarão convencer o juiz Howard Riddle a recusar o pedido de extradição da Suécia.

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A Suécia está buscando a extradição de Assange por meio de um mandado de prisão europeu, introduzido em 2004 para acelerar as extradições entre Estados-membro da União Europeia.

Os argumentos para recusar o pedido são limitados, sendo baseados principalmente em se a extradição iria violar os direitos humanos do suspeito ou se o mandado de prisão foi redigido corretamente.

Assange está atualmente vivendo na mansão de um conhecido, sob um tipo de prisão domiciliar, desde que um tribunal lhe concedeu liberdade sob fiança em dezembro.

Em um resumo do caso divulgado na Internet, os advogados de Assange argumentam que o mandado de prisão foi emitido para puni-lo por suas opiniões políticas, e enviá-lo à Suécia seria um passo para que ele seja transferido aos Estados Unidos.

"Existe um risco real de que, se ele for extraditado à Suécia, os EUA buscarão sua extradição e/ou rendição ilegal aos EUA, onde haveria o risco real de ele ser detido na Baía de Guantánamo ou em qualquer outro lugar...", disse o documento. "De fato, se o sr. Assange for entregue aos EUA...há um risco verdadeiro de que ele poderá estar sujeito à pena de morte", afirmou.

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O governo norte-americano está examinando se acusações criminais podem ser feitas contra Assange pela publicação de documentos diplomáticos que revelaram informações sensíveis como aquelas indicando que o rei saudita Abdullah pediu repetidas vezes aos Estados Unidos que atacasse o programa nuclear do Irã.