Público acompanhou ontem, em Seul, o funeral do ex-presidente Kim Dae-jung, o “Nelson Mandela da Ásia”| Foto: Won Dai-Yeon/AFP

Países usam chance inédita de diálogo

O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, reuniu-se on­­tem com representantes do regime comunista da Coreia do Norte pela primeira vez desde que começou o seu mandato, em fevereiro de 2008.

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Seul - O funeral do ex-presidente da Coreia do Sul, Kim Dae-jung, realizado ontem em Seul, acabou aproximando autoridades das Coreias, depois de quase dois anos de atritos.

Dae-jung, morto na última terça-feira com 85 anos, havia articulado o primeiro encontro entre líderes do Sul e do Norte, no ano 2000. A sua ação para reconciliar a península dividida foi reconhecida com um Prêmio Nobel da Paz.

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Ontem, entre as dezenas de milhares de pessoas que estavam aglomeradas diante do Parlamento da Coreia do Sul, figurava uma de­­legação de seis autoridades da Coreia do Norte.

Presidente de 1998 a 2003, Dae-jung colocou em prática sua "Política do Sol", uma tentativa de reaproximação com o vizinho por meio de ajuda humanitária.

Embora mais conhecido por esses esforços, Dae-jung era respeitado em seu país devido à sua luta pela democracia durante os anos de autoritarismo na Coreia do Sul.

"Adeus, Senhor Sol: sem você, nunca teríamos conhecido a verdadeira democracia", diziam cartazes amarelos suspensos por várias pessoas em meio à multidão que se aglomerou no centro de Sul para acompanhar o funeral, até mesmo por meio de telões.

Homenagens em todo o país para o homem chamado de "Nelson Mandela da Ásia" atraíram cerca de 700 mil pessoas, segundo estimativas oficiais.

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O funeral solene foi o primeiro a ser realizado na Assembleia Nacional, em que Dae-jung – depois de enfrentar torturas, ameaças de morte e prisão durante décadas – tomou posse como presidente em 1998.