O poderoso furacão Dorian está provocando destruição nos estados americanos da Carolina do Norte e Carolina do Sul, poucos dias depois de causar uma crise humanitária no noroeste das Bahamas e passar pela Península da Flórida.
A tempestade de categoria 2 já inundou partes do centro de Charleston, Carolina do Sul, que esteve em alerta de inundação repentina até o meio da manhã desta quinta-feira (5), além de um alerta de tempestades.
Segundo a rede de notícias CNN, mais de 243 mil pessoas ficaram sem energia elétrica nos estados da Geórgia e das Carolinas do Norte e do Sul.
Imagens de casas destruídas em Emerald Isle, na Carolina do Norte, estão sendo compartilhadas em redes sociais e mostradas pela imprensa americana.
É provável que a tempestade atinja toda a costa da Carolina do Sul ao longo da sexta-feira e atinja a Carolina do Norte até o começo da tarde. Seus impactos também serão sentidos na direção norte da costa da Virgínia na quinta e na sexta-feira à noite.
O cônsul das Bahamas nos EUA, Theo Neilly, disse que o número de mortos pela tragédia aumentou para 23. O ministro da Saúde das Bahamas, Duane Sands, disse que esse número ainda pode aumentar drasticamente. "O público precisa se preparar para uma informação inimaginável sobre o número de mortos e de sofrimento humano", afirmou em entrevista à rádio, reproduzida pela imprensa americana.
Sacos para corpos, agentes funerários e refrigeradores estão sendo enviados para as ilhas Ábaco e outras áreas afetadas para o armazenamento adequado dos corpos.
Os ventos da tempestade diminuíram um pouco desde a manhã de quinta-feira, quando a tempestade foi classificada como um "grande" furacão de categoria 3. No entanto, em termos de impactos, há pouca diferença entre uma tempestade de baixa categoria 3 e de alta categoria 2. Em particular, o campo de ventos da tempestade se expandiu ao longo do tempo, com ventos de tempestades tropicais e com força de furacão sobre uma parte maior de território.
Após a passagem do furacão Dorian, moradores da Flórida compartilharam em redes sociais fotos do pôr-do-sol com o céu em um tom de violeta. Amy Pope-Latham, de Jacksonville, disse que assistia de seu apartamento enquanto o céu passou de cinza para laranja e finalmente para um tom de violeta "que se tornava cada vez mais vibrante".
Apesar dos estragos, o Dorian perdeu força nesta quinta e voltou à categoria 2 na escala Saffir-Simpson (que vai até 5), com ventos máximos sustentados de até 175 km/h, enquanto se desloca pelo leste dos Estados Unidos.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) informou às 14h (hora local; 15h em Brasília), que o olho do furacão estava perto de Cape Romain, na Carolina do Sul, avançando em direção norte-noroeste rumo à Carolina do Norte, após ter passado pelos estados da Flórida e da Geórgia.
Segundo o NHC, o furacão se move lentamente, a 13 km/h, e perderá força nos próximos dias. A expectativa é que ainda hoje o Dorian dê uma guinada em direção ao nordeste e ganhe velocidade enquanto percorre a costa leste americana.
As previsões apontam que o Dorian deve se aproximar do litoral da Carolina do Sul ainda nesta quinta, rumo à costa da Carolina do Norte na manhã de sexta-feira. Depois, a trajetória do furacão deve passar pelo extremo-sudeste da Nova Inglaterra.
No início da manhã, o governador da Carolina do Sul, Henry McMaster, levantou ordens de retirada de três condados ao longo da costa do estado, mas alertou moradores que é possível encontrar falta de energia, cabos nas ruas e inundações perigosas. "Quando o vento parar, ainda teremos que lidar com a água, porque a água vai durar por mais tempo", disse.
A água subiu 1,2 metro na praia de North Myrtle. Charleston também foi um dos condados que mais sofreu, registrando ventos de 48 km/h. Os números ficaram abaixo das expectativas das autoridades. McMaster disse estar "aliviado".
Em relação a mortes, quatro relacionadas à passagem do Dorian foram registradas nos EUA, três na Flórida e uma na Carolina do Norte. As quatro vítimas são homens que morreram fazendo atividades de precaução para o furacão, como cortar galhos de árvores ou fixar placas de madeira em janelas.
Com informações de Estadão Conteúdo e Washington Post.