O número de mortos pelo furacão Dorian nas Bahamas passou de sete para 20, e ainda poderá aumentar, anunciou nesta quarta-feira (4) o ministro da Saúde do arquipélago caribenho, Duane Sands. Segundo o ministro, "os trabalhos de resgate e verificação nas casas inundadas apenas começou". Ele ainda informou que 17 das vítimas são das Ilhas Ábaco, que receberam o Dorian com categoria 5 no domingo, e três são de Grande Bahama, que foi atingida pelo Dorian na segunda-feira, na categoria 4.
E enquanto as equipes continuam os trabalhos de busca por sobreviventes e evacuação, parentes e amigos tentam desesperadamente encontrar pessoas que desapareceram nas Bahamas em meio ao caos após a passagem do furacão. Com dificuldades de comunicação, as pessoas têm recorrido às mídias sociais para tentar encontrar os seus entes queridos.
Uma corretora de imóveis em Nassau colocou no ar um site para facilitar as buscas na noite de domingo. Vanessa Pritchard-Ansell disse que criou o site após notar que o número de grupos no Facebook com o objetivo de encontrar pessoas estava aumentando e a localização dos nomes estava ficando difícil. Até a quarta-feira, amigos e familiares de mais de 5.500 pessoas que ainda estão desaparecidas postaram informações no site de Pritachard-Ansell, que está trabalhando com as embaixadas dos EUA e do Canadá e com uma equipe internacional de voluntários.
Três das vítimas fatais morreram a caminho de um hospital na cidade de New Providence, também no arquipélago. Os esforços para resgatar sobreviventes do Dorian foram redobrados nesta quarta nas Bahamas, com o apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido, em meio à grande devastação causada pelo furacão neste arquipélago do Oceano Atlântico.
Os bahamenses utilizavam jet-skis e botes para retirar as pessoas presas em suas casas inundadas e destruídas pelas intensas chuvas e ventos de um dos ciclones mais potentes de que se tem registro.
Ajuda internacional
A Guarda Costeira americana e a Marinha Real britânica se somaram às equipes de resgate com helicópteros, conduzindo evacuações médicas e avaliações aéreas para ajudar a coordenar os esforços de alívio, assim como voos de reconhecimento para avaliar os danos.
A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e da Meia-Lua Vermelha (IFRC) disse estar preparando "um grande esforço de emergência" para aliviar a situação de cerca de 76 mil pessoas afetadas pelo ciclone em Grande Bahama e nas ilhas Ábaco.
Ao menos "70 mil pessoas necessitam de ajuda imediata" nas Bahamas, informou o secretário-geral adjunto para Assuntos Humanitários da ONU, Mark Lowcock. A ONU desbloqueou US$ 1 milhão para as operações, disse Lowcock à imprensa através de um contato telefônico a partir de Nassau, no qual cita a necessidade de alimentos, água, barracas e medicamentos.
O primeiro-ministro Hubert Minnis qualificou a situação como "uma das maiores crises da história" do país. O presidente americano, Donald Trump, afirmou que o arquipélago havia solicitado ajuda de seu país. "Uma grande parte das Bahamas foi atingida de uma forma que pouca gente havia visto antes", declarou Trump. "Precisam de muita ajuda".
Companhias de cruzeiros, como Royal Caribbean e Disney Cruise Line, prometeram milhões de dólares em fundos para ajudar as operações de emergência nas Bahamas, um de seus destinos mais visitados.
Enquanto os esforços de resgate ganhavam força, Dorian avançava com ventos de 165 km/h, e às 18h desta quarta GMT (15h em Brasília) se situava a cerca de 185 km de Jacksonville, na Flórida, e 290 km ao sul de Charleston, na Carolina do Sul, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) americano, com sede em Miami.
O furacão se deslocava na direção norte-noroeste, em uma velocidade de 15 km/h, acrescentou. As autoridades declararam estado de emergência em grande parte da costa leste do país. O Pentágono informou que 5 mil membros da Guarda Nacional e 2,7 mil militares estão prontos para atuar em caso de necessidade.
Informações do Estadão Conteúdo e Washington Post.