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Furacão Harvey chegou ao continente na última sexta-feira (25). | NASA.
Furacão Harvey chegou ao continente na última sexta-feira (25).| Foto: NASA.

Os texanos da fronteira com a Lousiana até Hill Country, no meio do Estado, acordaram com avisos assustadores de um desastre natural de grandes proporções, quando o Furacão Harvey chegou ao continente. Os responsáveis pelo controle meteorológico rebaixaram o furacão para categoria 1, mas alertaram que o perigo ainda não acabou: a região se prepara para enfrentar enchentes catastróficas e potencias tornados.

Imagens de árvores caídas, prédios em ruínas e ruas escuras começaram a surgir no começo do dia, depois que a tempestade chegou em terra firme, às 22h de sexta (horário do Texas), com ventos de mais de 200 km/h – o furacão mais forte a atingir os EUA desde o Wilma, em 2005.

Mas os residentes de uma vasta área do sudeste do Texas se preparam para mais estragos, já que foram avisados sobre possíveis tornados, chuvas torrenciais e dias de enchente, inclusive em Houston, a quarta maior cidade do país. 

Avanço

Às 7h da manhã, o centro da tempestade estava a apenas 32 km a oeste da cidade costeira de Victoria. O furacão, que se movia lentamente, ainda produzia ventos de quase 130 km/h, mas espera-se que enfraqueça e se torne uma tempestade tropical durante o sábado. 

O Centro Nacional de Furacões avisa que, apesar da tempestade estar perdendo velocidade do vento, seus efeitos mais letais ainda estão por vir, já que sua ação ciclônica puxa a umidade do Golfo do Mexico e traz chuvas que podem causar enchentes nos próximos dias em mais de um quarto do Estado. 

Estragos

Logo no início da tempestade, informações de estragos chegaram cedo na cidade de Rockport, onde o furacão chegou ao continente. O administrador da cidade, Kevin Carruth, disse que várias pessoas foram avaliadas e tratadas depois que o teto de um lar de idosos caiu, de acordo com a Associated Press. Carruth também conta que o centro histórico de Rockport sofreu danos consideráveis, reportou a AP. 

O Presidente Donald Trump, em uma série de tweets na manhã deste sábado (26), afirmou estar monitorando a situação de sua residência em Camp David, e que autoridades federais estão no Texas desde antes da chegada da tempestade. Ele insistiu para que os residentes fiquem seguros e prometeu uma rápida resposta do Governo Federal. “Não estamos dando chance para o azar. Os Governos Municipais, Estadual e Federal estão trabalhando muito bem juntos”, escreveu.

O Serviço Nacional de Meteorologia informou que algumas localidades do sudeste já tinham registrado 400 mm de chuva às 5h e previu um total de chuva acumulada de 400 a 760 mm em muitas áreas, e até 1000 mm em áreas isoladas. 

Histórico

Meteorologistas e oficiais do governo tiveram dificuldade para lidar com uma tempestade que os pegou desprevenidos essa semana depois de inicialmente ser classificada como mera depressão tropical na parte oeste do Golfo do México. Na sexta, eles estavam alertando sobre enchentes catastróficas, ventos fortes e ressacas que podiam alcançar 300 mm. 

Logo após do furacão Harvey ter atingido a costa do Texas, na tarde de sexta, o Governador Greg Abbott pediu para que partes baixas e localizadas na região costeira fossem evacuadas. O Presidente Trump assinou uma declaração de desastre no Texas depois de um pedido escrito de Abbott. 

“A ressaca, junto com as chuvas fortes, poderia facilmente levar a bilhões de dólares em danos a propriedades e quase certamente a perda de vidas”, escreveu Abbot. “Não é uma hipérbole dizer que o Texas está prestes a passar por um dos piores desastres naturais da história do Estado”. A Casa Branca informou que Trump deve visitar o Texas na próxima semana. 

Desafio

Este é o primeiro desastre natural enfrentado pela administração Trump. O furacão pode voltar para o mar, ganhando energia nas águas quentes do golfo antes de voltar ao continente próximo a Galveston. Esse cenário traria um volume histórico de chuvas para a região, com alguns modelos mostrando precipitações em cm ao invés de mm.

“Pequenos córregos, riachos e canais podem se tornar rios furiosos. Sistemas de controle de enchentes e barreiras podem ser sobrecarrecados”, disse o Sistema Nacional do Tempo. 

Jennifer Cantrell, 37 anos, que trabalha com serviço social em Houston e enfrentou o Furacão Ike em 2008, estava comprando quatro sacos de 20 kg de terra para colocar na entrada da porta de seu apartamento, que fica no primeiro andar. 

“Temos que nos preocupar com todas as pessoas que mudaram pra cá nos últimos anos e ainda não viram um furacão”, disse em um posto de gasolina, onde parou para comprar um estoque de cigarros. “Você tem que estar preparada para ficar dentro de casa por dias, sem eletricidade ou água”. 

O Departamento Militar do Texas enviou aproximadamente 700 membros da Guarda Estadual e da Guarda Nacional para a região costeira. As tripulações de helicópteros Black Hawk e Lakota estão em alerta para eventuais buscas e resgates. 

A Cruz Vermelha mobilizou funcionários de várias partes do país. Paul I. Carden Jr., oficial para desastres regionais de Washington, disse na cidade de Corpus Christi, no Texas, que os cidadãos estarão sendo insensatos se decidirem não evacuar as áreas de risco. 

Após a tempestade, a Cruz Vermelha providenciará kits de limpeza, higiene, psicólogos e guias espirituais para ajudar os moradores a lidar com a situação. “Isso vai testar a fé de uma pessoa”, afirma Carden.

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