Furacão Irma perde força ao atingir Cuba e segue rumo aos EUA; Disney fecha parques

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O furacão Irma teve uma leve enfraquecida neste sábado (9) ao atingir a costa norte de Cuba e foi reclassificado da categoria 5 para a categoria 4 e, em seguida, para a categoria 3. A reavaliação acontece horas depois de a intensidade do fenômeno — o mais forte já registrado na história do Oceano Atlântico — ter sido classificado como 5, a mais forte, com ventos máximos sustentados de 260 quilômetros por hora.

Na manhã deste sábado (9), o furacão chegou a ter ventos de 200 km/h, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos EUA. Ainda na sexta, o Irma deixou rastros de destruição em Cuba, em cenas similares às que ocorreram em outras ilhas do Caribe ao longo dos últimos dias.

A tempestade atingiu a província de Ciego de Avila por volta de meia-noite. Mar agitado, céu escuro, rajadas de chuva, palmeiras encurvadas, fortes ondas quebrando em muros na praia e fornecimento de energia suspenso foram noticiados pela TV estatal em Cuba.

Meteorologistas alertam que o furacão deve deixar uma grande devastação na costa de Cuba conforme a tempestade se move no sentido oeste. Depois, a previsão é que ele mude de direção e siga para o norte, rumo aos EUA, e ganhe força ao atingir a Florida, nas primeiras horas de domingo (10), causando estragos devido aos fortes ventos e inundações.

De acordo com o último boletim do NHC, Irma está a 395 km da Florida. O governo local ordenou que mais de 5,6 milhões de habitantes deixem suas casas.

Parques na Flórida fecham e voos são cancelados

A Disney vai fechar a maioria de seus parques na Flórida mais cedo neste sábado (9) devido ao furacão Irma. Os parques permanecerão fechados no domingo (10) e segunda (11); a empresa diz esperar que o funcionamento volte ao normal na terça-feira (12). Os hotéis do complexo hoteleiro da Disney no estado seguirão funcionando. Os parques Magic Kingdom, Animal Kingdom, Epcot, Hollywood Studios, Typhoon Lagoon, ESPN Wide World of Sports e Disney Springs fecham mais cedo no sábado e seguem fechados até segunda. O parque Blizzard Beach não abriu nesta sexta (8) e segue fechado até segunda.

Os parques de diversões do grupo SeaWorld na Flórida terão seus horários de funcionamento alterados por conta do furacão Irma. O Busch Gardens não abrirá no sábado (9). O SeaWorld Orlando vai fechar às 17 horas (hora local) neste sábado (9) e ficará fechado no domingo (10) e segunda (11). Os parques Aquatica Orlando e Adventure Island não abrirão no sábado (9), domingo (10) e segunda (11). O Discovery Cove não abrirá no domingo (10) e segunda (11). O SeaWorld diz que vai reagendar as reservas dos visitantes afetados sem cobrar taxas de remarcação ou de cancelamento.

Cortes de energia

A empresa de energia Duke Energy, na Flórida, estima que mais de 1 milhão de interrupções de energia deverão ser causadas pelo furacão Irma. “Com base na faixa atual do furacão Irma, esperamos que toda a nossa área de serviços da Flórida sinta os efeitos desta poderosa tempestade”, disse Luis Ordaz, diretor de tempestade da Duke Energy Flórida.

“Trabalharemos de forma mais rápida e segura possível até que todos os clientes sejam restaurados”, acrescentou. A empresa mobilizou cerca de 8 mil profissionais de linha, profissionais de árvores, avaliação de danos e pessoal de suporte para locais seguros. Eles estarão preparados para responder a interrupções, assim que o local estiver seguro.

Aeroportos

O aeroporto de Miami não está fechado, mas todos os voos neste fim de semana foram cancelados.

O aeroporto de Orlando fechará às 17h (hora local) deste sábado. Já o aeroporto de Fort Lauderdale fechará às 19h45 (hora local) desta sexta e não funcionará no sábado e domingo.

Passageiros que não têm voo confirmado ou cujos voos foram cancelados são orientados a não se dirigir aos aeroportos, e sim a abrigos na região.

Diversos voos entre Brasil e Flórida foram cancelados devido à passagem do furacão Irma pelo Caribe. As empresas aéreas dizem não oferecer assistência para hospedagem e alimentação aos passageiros que se encontram na Flórida e tiveram seus voos ao Brasil cancelados, de acordo com a legislação local.

Destruição

Além de Cuba, Irma já deixou sua marca em outras ilhas do Caribe — onde 21 mortes haviam sido registradas até a manhã deste sábado. Em St. Martin e St. Barts, foram anunciadas nove mortes. Autoridades, porém, dizem que o número pode aumentar, já as equipes de resgate ainda não tiveram uma visão total dos estragos. O Itamaraty recebeu um pedido de ajuda de brasileiros na ilha.

No lado holandês da ilha, o governo relatou saques em lojas. Policiais foram deslocados para a área.

Quatro pessoas morreram nas Ilhas Virgens dos EUA, onde as autoridades descrevem os danos como catastróficos.

Um bebê de dois anos cuja família tentava deixar a residência durante a passagem do furacão morreu em Antígua e Barbuda. Em Cuba, um milhão de pessoas foram retiradas.

Na última terça-feira, o Centro Nacional de Furacões afirmou que o Irma é o furacão mais forte já registrado na história do Oceano Atlântico. Para especialistas, a força da tormenta é o resultado da inusual subida de temperatura de parte do Atlântico.

O Irma não é o único a preocupar. Após a passagem do Harvey, na semana passada, pelos Estados americanos do Texas e da Louisiana, o furacão Katia está no Golfo do México, e tem categoria com 1, com ventos de no máximo 120 quilômetros por hora. Essa foi a velocidade registrada quando o fenômeno atingiu o norte de Tecolutla, no Estado mexicano de Veracruz. Os meteorologistas previram ventos prejudiciais, chuvas e a formação de uma tempestade perigosa no Golfo do México.

Equipes de emergência do México estão lutando para responder, também, a um terremoto de magnitude 8,1, que atingiu a região sul do país na noite de quinta-feira, deixando ao menos 61 mortos.

Ainda no Atlântico, o furacão José quase atingiu a categoria 5, com ventos próximo a 250 quilômetros por hora. O José está a cerca de 430 quilômetros a leste das Ilhas de Sotavento.

Atualizada às 12h50 com a informação de que o furacão Irma caiu à categoria 3.