Ban Ki-moon, próximo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), disse que ainda há espaço para dialogar com a Coréia do Norte e que estava preparado para viajar até Pyongyang a fim de realizar tais negociações.

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Em entrevista concedida a um jornal francês e publicada na segunda-feira, Ban, que deve tomar posse no lugar de Kofi Annan no dia 1º de janeiro, também pediu à Coréia do Norte que evitasse adotar outras medidas capazes de isolá-la ainda mais da comunidade internacional.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade, no sábado, a imposição de sanções financeiras e um embargo de armas contra o país asiático a fim de puni-lo. Os norte-coreanos anunciaram na semana passada terem realizado um teste com uma bomba atômica.

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"Dependendo das circunstâncias, e depois de termos feito consultas com os principais países envolvidos, em particular com aqueles que participaram das negociações, estarei pronto para tomar minha própria iniciativa, o que incluiria, claro, uma visita à Coréia do Norte", afirmou Ban ao jornal "Le Monde".

O futuro secretário-geral disse que gostaria de se reunir com o líder da Coréia do Norte, Kim Jong-il, e de explicar aos norte-coreanos o que eles precisam fazer para serem "membros responsáveis da comunidade internacional".

"Eles deveriam pensar a respeito do futuro de seu povo e de seu país", afirmou Ban. "Melhores oportunidades lhes serão concedidas se eles abandonarem o programa e as armas nucleares."

O futuro líder da ONU, que ocupa atualmente o cargo de ministro das Relações Exteriores da Coréia do Sul, disse que a Coréia do Norte não deveria adotar qualquer "outra ação negativa" capaz de isolá-la ainda mais.

Desde o ano passado, o país tem se negado a retomar as negociações com a Coréia do Sul, os EUA, a China, o Japão e a Rússia, e isso por causa das operações norte-americanas contra empresas acusadas de ajudar os norte-coreanos a realizar atividades ilícitas tais como a falsificação de dólares.

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Atendendo a uma exigência da China, a resolução da ONU excluiu expressamente a possibilidade de usar a força contra Pyongyang. O documento, porém, permite a imposição de sanções econômicas e de restrições ao transporte aéreo e naval.

Segundo Ban, a China havia desempenhado um papel "muito construtivo" nos esforços para tentar resolver a crise com a Coréia do Norte.

O atual chanceler sul-coreano afirmou estar preocupado também com o impasse a respeito do programa nuclear do Irã.

"A confiança está no centro desse problema", disse.

"O governo iraniano não convenceu a comunidade internacional de que suas intenções são pacíficas. Espero que o país suspenda suas atividades atuais."

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Ban venceu com facilidade seus seis rivais à sucessão de Annan, que lidera o organismo mundial desde 1997.

Questionado sobre se a proliferação de armas seria uma questão importante durante seu mandato, o futuro secretário-geral respondeu: "Claro que sim. Esse é uma das maiores ameaças com que se depara a comunidade internacional."

Ban também conclamou o governo do Sudão a aceitar a presença de uma força de paz da ONU na região de Darfur. "Estou decepcionado com a falta de cooperação dele (do governo sudanês)", acrescentou.

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