A divisão entre os rebeldes líbios tornou-se mais evidente ontem depois que o líder da oposição, Mustafa Abdel Jalil, retirou a proposta para que o ditador Muamar Kadafi pudesse viver na Líbia caso abandonasse o poder. Após a divulgação da oferta, centenas protestaram diante da sede do Conselho Nacional de Transição (CNT), em Benghazi, que representa os dissidentes.

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No domingo, Mustafa Abdel Jalil, líder do CNT, afirmou que os rebeldes determinariam o lugar em que Kadafi poderia viver no país, sob supervisão internacional. Ontem, ele disse que não existe "nenhuma possibilidade de Kadafi permanecer na Líbia". Segundo Jalil, o ditador tem apenas uma opção: abandonar o poder e submeter-se à Justiça.

O CNT negou divergências internas, mas Abdel Hafiz Ghoga, vice-presidente do órgão, disse a jornalistas que o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Kadafi torna nula qualquer proposta de diálogo e permanência dele na Líbia.

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Em comunicado, o governo líbio afirmou que iniciou negociações com figuras da oposição. Ainda não está claro se as discussões começaram com o conhecimento do CNT, cuja liderança é reconhecida por diversos países. Segundo a nota, representantes do governo se encontraram em várias cidades do mundo com Abdel Fattah Younes Abidi, ex-ministro da Segurança de Kadafi, que desertou em fevereiro e se uniu aos rebeldes. Saif Kadafi, filho do ditador, descartou a possibilidade de participar de qualquer negociação para retirar seu pai do poder.

Autoridades líbias informaram ontem que interceptaram um barco que transportava armamentos para os rebeldes. A agência estatal informou que Trípoli está recrutando "jihadistas" para enfrentar a oposição.

Turquia

No fim de semana, a Turquia reconheceu o CNT como legítimo representante da Líbia. O governo de Ancara, que tinha fortes laços econômicos com Kadafi, disse que chegou a hora de o ditador deixar o poder. Ao menos 22 países já reconheceram a legitimidade do conselho rebelde.