O G7, grupo dos sete países mais industrializados do mundo, mandou um duro recado ontem à Rússia, que integrava o seleto clube até anexar a península ucraniana da Crimeia, em março de 2014. Reunidos em Kruen, na Alemanha, os líderes do sete países (EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Itália e Japão) prometeram manter as sanções contra a Rússia até que o presidente Vladimir Putin e os separatistas apoiados por Moscou implementem totalmente os termos do acordo de paz com a Ucrânia.
Os líderes querem que Rússia e Ucrânia respeitem o cessar-fogo acordado em 12 de fevereiro na capital da Bielorrússia, Minsk, que interrompeu temporariamente os conflitos no leste da Ucrânia entre separatistas pró-Rússia e forças do governo ucraniano.
No encerramento da cúpula, os líderes expressaram preocupação com a escalada dos combates no leste ucraniano. Em março, o s líderes europeus concordaram que as sanções à Rússia continuariam até que o cessar-fogo de Minsk fosse totalmente implementado.
A retórica mais forte partiu do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Ele disse que o povo da Rússia está sofrendo severamente por causa das políticas de Putin e acusou o presidente russo de tentar “recriar as glórias soviéticas”.
“Ele (Putin) tem que tomar uma decisão”, afirmou Obama a repórteres. “Ou ele continua a destruir a economia de seu país e continua com o isolamento da Rússia em busca de um desejo equivocado de recriar as glórias do império soviético, ou reconhece que a grandeza da Rússia não depende de violar a integridade territorial e a soberania de outros países”, disse.
Foi a segunda cúpula dos “grandes” sem a presença da Rússia, excluída do antigo G8 desde a anexação da Crimeia. O Kremlin minimizou a ausência de Putin e as declarações dos líderes do G7 (leia mais abaixo). “Atualmente é impossível se juntar em sete ou oito pessoas e discutir problemas globais eficazmente”, teria dito o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskok.
Efeito estufa
Os líderes do G7 concordaram em afastar suas economias dos combustíveis de carbono e apoiaram a criação de uma meta para limitar o aumento das temperaturas globais.A ideia é cortar os gases responsáveis pelo efeito estufa em até 70% até 2050, tomando o ano de 2010 como base.