O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou neste domingo (13) que o G7, grupo de países que reúne algumas das maiores economias do mundo, irá adotar um plano para doar 1 bilhão de doses de vacinas contra a Covid-19 para nações mais pobres até 2022. "É um grande passe para vacinar o mundo", disse ele.
O compromisso, segundo Johnson, é o de doar essas doses diretamente ou através do consórcio Covax Facility, articulado pela Organização Mundial da Saúde. Não há detalhes sobre os países que receberão as vacinas.
Johnson aproveitou para ressaltar a participação da vacina da universidade britânica de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. Ele destacou que 96% das doses entregues até o momento pelo Covax Facility são deste imunizante.
Logo no início da conferência de imprensa, o premiê britânico destacou que o encontro do G7 foi a primeira reunião dos líderes em quase dois anos e que o mundo estava olhando com atenção para o evento, esperando reações menos "egoístas" e "nacionalistas" que marcaram as primeiras respostas globais à pandemia de Covid-19.
G7 e a Parceria global pela educação
Além de Boris Johnson, do Reino Unido, a reunião do G7, que aconteceu em Carbis Bay, no sudoeste da Inglaterra, contou com as presenças de líderes dos Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão.
Na mesma conferência de imprensa, o líder britânico falou que os colegas concordaram em estabelecer uma parceria global pela educação. "É uma desgraça internacional que seja negado a algumas crianças no mundo a chance de aprender e atingir o seu potencial máximo", disse Johnson.
Ele afirmou ainda que "educar todas as crianças, particularmente as meninas, é uma das maneiras mais fáceis de levantar países da pobreza e ajudá-los a se recuperar da crise do coronavírus".
Os líderes do G7 concordaram em trabalhar juntos para tentar colocar mais de 40 milhões de meninas em escolas em todo o mundo nos próximos 5 anos.
Meio Ambiente
O comunicado divulgado neste domingo (13), último dia do encontro, também pontua compromissos do G7 em relação ao meio ambiente. Os países concordaram em reduzir as emissões de carbono a zero no mais tardar até 2050, para evitar o aquecimento global em mais de 1,5 °C.
Os países do grupo são, juntos, os responsáveis por 20% das emissões globais de carbono. "Nós reconhecemos o nosso dever de salvaguardar o planeta para as futuras gerações", destaca um trecho do comunicado.
Ainda no sábado, a Cúpula do G7 havia lançado um projeto global de infraestrutura verde para rivalizar com o sistema de financiamento de infraestrutura chinesa, conhecida como Belt and Road Initiative.
Outros temas
O documento final da cúpula reitera o desejo dos países ricos na manutenção de relações "estáveis e previsíveis" com a Rússia, nas áreas em que há interesse mútuo. O G7 ainda pede a Moscou que interrompa "comportamentos desestabilizadores", incluindo a interferência no sistema democrático de outros países.
O grupo de países ricos ainda pede a "completa desnuclearização da península coreana", com o total e irreversível abandono, por parte da Coréia do Norte, dos programas de armas de destruição em massa e mísseis balísticos, em acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Os integrantes do G7 destacam o apoio às negociações para a volta dos EUA e do Irã às discussões sobre o acordo nuclear. Os líderes pedem que os iranianos suspendam todas as medidas que reduzam a transparência do programa nuclear.
Os países ricos ainda condenam veementemente o golpe militar em Myanmar e pedem a imediata libertação daqueles que foram presos arbitrariamente.
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