Os líderes do G8, grupo que reúne os principais países industrializados, defenderam nesta terça-feira medidas mais drásticas contra o programa nuclear do Irã, e os Estados Unidos disseram estar confiantes no aval da China a novas sanções.
Os ministros de Relações Exteriores do G8 pediram, durante reunião no Canadá, que a comunidade internacional adote "medidas adequadas e fortes" para demonstrar seu empenho contra o programa nuclear, que o Irã diz ser exclusivamente pacífico.
Potências ocidentais suspeitam que o Irã queira desenvolver armas nucleares e, por isso, tentam aprovar no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) uma quarta rodada de sanções ao país. No entanto, esbarram na resistência da China e, em menor grau, da Rússia, que têm poder de veto no Conselho.
Mas diplomatas dizem que também a China, que tem grandes interesses comerciais no Irã, está perdendo a paciência, embora continue defendendo uma solução diplomática.
"Acredito que estamos fazendo progressos (...) vemos uma crescente conscientização por parte de muitos países, inclusive a China, quanto às consequências de um Irã com armas nucleares", disse a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, no fim da reunião em Gatineau, nos arredores de Ottawa.
Lembrando que as sanções são parte da diplomacia, ela disse que o Irã tem demonstrado repetidamente uma relutância em cumprir suas obrigações internacionais nos últimos 15 meses.
"Essa é a base sobre a qual expresso meu otimismo de que teremos um consenso alcançado no Conselho de Segurança", disse Hillary em entrevista coletiva.
A Turquia, membro temporário e sem poder de veto do Conselho, disse na segunda-feira que não é a favor de sanções. O Brasil, que também ocupa uma vaga temporária no Conselho, já havia se manifestado a favor de uma solução negociada.
Em Washington, o presidente Barack Obama pediu para as próximas semanas a adoção de novas sanções ao Irã. "Minha esperança é de que vamos resolver isto nesta primavera (boreal)", afirmou ele em entrevista coletiva ao lado do presidente da França, Nicolas Sarkozy."Estou interessado em ver esse regime (de sanções) em vigor dentro de semanas."
Sarkozy disse que "chegou a hora de tomar decisões" sobre o Irã, e que, junto aos governos da Alemanha e da Grã-Bretanha, a França irá "fazer todos os esforços necessários para assegurar que a Europa como um todo se envolva no regime de sanções."
Também nesta terça-feira, um porta-voz da chancelaria chinesa disse que Pequim é contra a aquisição de armas nucleares pelo Irã, mas não chegou a apoiar novas sanções.
"No momento, esperamos que todas as partes façam esforços substanciais e demonstrem flexibilidade quanto à questão nuclear do Irã."