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Os líderes do G8 reuniram-se na França nesta quinta-feira (26) para acordar uma ajuda às novas democracias árabes, mas com uma série de temas exigindo atenção urgente, da crise da dívida na Europa às guerras na Líbia e no Iêmen.

Clube das mais ricas potências industriais, o G8 também pode angariar apoio à candidata francesa ao comando do Fundo Monetário Internacional (FMI) diante do descontentamento das economias emergentes, que desejam mais voz na instituição.

A China criou a perspectiva de mais embates sobre a escolha da ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, no lugar de Dominique Strauss-Kahn, que renunciou após ser acusado de tentativa de estupro.

O governo chinês pediu "consulta democrática" sobre o posto no FMI, lançando dúvidas sobre a afirmação de Paris de que Lagarde tem seu apoio.

Uma autoridade francesa disse que Lagarde irá a Pequim em breve.

Em discurso em Paris, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, também disse que seu país não tem posição oficial sobre Lagarde, embora autoridades norte-americanas tenham dado a entende que Washington a endossará.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, é o anfitrião do almoço de abertura do encontro anual de um dia no resort de Deauville, no norte da França, isolado do mundo exterior por um forte esquema de segurança que deixou algumas centenas de manifestantes de esquerda protestando no porto de Le Havre, a 40 quilômetro de distância.

Encontros bilaterais entre os líderes do G8 - Estados Unidos, França, Rússia, Canadá, Grã-Bretanha, Itália, Alemanha e Japão - já começaram antes do almoço.

Sarkozy reuniu-se com o presidente russo, Dmitry Medvedev, que por sua vez deveria se encontrar com o colega norte-americano Barack Obama antes do início formal da cúpula.

Na agenda oficial estão planos para oferecer ajuda para Tunísia e Egito, a vanguarda dos levantes da Primavera Árabe, com vistas a patrocinar a democracia. Entretanto, a guerra de três meses na Líbia e os confrontos violentos no Iêmen de quarta para quinta-feira podem tomar mais tempo nas discussões em pauta na cúpula.

Um diplomata europeu disse que os líderes podem concordar em buscar a ação do Conselho de Segurança das Nações Unidas no Iêmen, onde a recusa do veterano presidente Ali Abdullah Saleh de renunciar diante dos protestos em massa e das exigências de seus aliados dos EUA e do Golfo Pérsico foi seguida por combates que despertaram o temor de uma guerra civil.

A Rússia, acréscimo pós-Guerra Fria ao G8 que com frequência adota uma postura contrária à das sete potências ocidentais, se opõe aos bombardeios da Otan para depor o líder líbio Muammar Gaddafi. Mas não houve sinal imediato de novas manobras significativas de Moscou para tentar mediar as partes em conflito.

O grupo irá condenar o presidente sírio, Bashar al-Assad, pela repressão aos protestos, disseram autoridades.

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, irá informar o G8 sobre a reação de Tóquio à crise nuclear em Fukushima após o terremoto seguido de tsunami de março, parte de um processo de discussões que pretende aprimorar a segurança das usinas nucleares.

No tocante à economia global, a futura liderança do FMI e os esforços na União Europeia para lidar com as dívidas soberanas que levaram vários países da zona do euro à crise devem ser discutidas em paralelo.

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