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Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou ao seu gabinete um plano dos EUA que estenderia em 90 dias a paralisação na construção de assentamentos na Cisjordânia ocupada | REUTERS/Uriel Sinai/Pool
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou ao seu gabinete um plano dos EUA que estenderia em 90 dias a paralisação na construção de assentamentos na Cisjordânia ocupada| Foto: REUTERS/Uriel Sinai/Pool

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou neste domingo (14) ao seu gabinete um plano norte-americano que estenderia em 90 dias a paralisação na construção de assentamentos na Cisjordânia em troca de incentivos diplomáticos e na área da segurança.

Washington quer que Israel retome a paralisação na construção de assentamentos, para que as negociações de paz com os palestinos possam evoluir, depois que o outro lado abandonou as conversas em setembro, apenas algumas semanas após terem sido iniciadas pelo fato de Israel ter se recusado a estender uma paralisação prévia, que durou dez meses.

De acordo com a proposta norte-americana, se Israel estender a paralisação, os EUA não tentarão alongar ainda mais a interrupção das construções e vetariam quaisquer tentativas na Organização das Nações Unidas (ONU) para forçar um acordo de paz unilateral. O auxílio norte-americano a Israel, na área da segurança, também aumentaria.

"Vou insistir que, sob qualquer proposta, a segurança de Israel precisa ser avaliada, tanto para agora quanto levando em consideração as ameaças que enfrentaremos na década a seguir", afirmou Netanyahu, em comentários públicos, antes do encontro de gabinete.

Anteriormente, o primeiro-ministro tinha dito que qualquer paralisação na construção dos assentamentos não se aplicaria às regiões próximas ao Leste de Jerusalém, que Israel capturou durante a Guerra dos Seis Dias e os palestinos querem como capital de seu futuro Estado.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, apresentou o plano para Netanyahu em um encontro nos EUA, na semana passada, disse uma fonte diplomática.

Um porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, afirmou que não há nada oficial sobre uma nova interrupção israelense na construção de assentamentos na Cisjordânia ocupada.

"Um comprometimento palestino oficial só virá depois que o presidente Mahmoud Abbas ouvir oficialmente do governo norte-americano o que está sendo decidido entre ele e os israelenses", afirmou à Reuters Nabil Abu Rdainah.

Segundo o plano dos EUA, Israel declararia mais três meses de interrupção nas construções na Cisjordânia, terra capturada na guerra ocorrida há mais de 40 anos e onde os palestinos buscam fundar um Estado. Qualquer construção iniciada desde o fim do acordo prévio, em setembro, será paralisado, acrescentou a fonte diplomática.

Entre as promessas feitas por Washington a Israel, está a garantia em vetar qualquer resolução levada ao Conselho de Segurança da ONU que tente "impor uma determinação política a Israel", disse a fonte, que não quis se identificar.

Os EUA também se comprometeriam a vetar resoluções classificadas como anti-Israel na ONU ou em outras organizações internacionais, uma medida que pode tornar a nação judaica menos vulnerável a ameaças feitas por palestinos de declarar unilateralmente um Estado no caso de as negociações de paz não darem certo.

O governo Obama também pediria ao Congresso que aprovasse uma ajuda de três bilhões de dólares em aviões de guerra modernos a Israel para "manter sua vantagem qualitativa" na região, acrescentou a fonte.

Os EUA assinariam ainda um acordo mais abrangente para aumentar sua já substancial ajuda em termos de segurança a Israel, como parte de qualquer acordo feito com os palestinos.

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