O gabinete do primeiro-ministro da Síria, Mohammed Naji, renunciou nesta terça-feira (29), informou a televisão estatal. Segundo a imprensa oficial, o presidente Bashar al-Assad aceitou as renúncias. Um novo governo deve ser formado nos próximos dias, com a tarefa de implementar uma série de reformas, após protestos exigindo mais liberdades começarem no país em meados de março.
Mais cedo, um graduado funcionário em Damasco adiantou que os ministros do governo iriam entregar seus cargos. Segundo essa fonte, um novo gabinete deve ser nomeado em 24 horas. As reformas devem incluir o fim do estado de emergência, em vigor desde a chegada do governista Partido Baath ao poder, em 1963. Deve haver ainda a liberalização das leis de imprensa e sobre partidos políticos.
Hoje, dezenas de milhares de pessoas foram ao centro da capital síria para participar de uma manifestação em apoio ao presidente Bashar al-Assad, alvo de uma onda de protestos sem precedentes pelo país. Todas as ruas que levam até a praça Sabeh Bahrat foram isoladas pela polícia, enquanto homens, mulheres e crianças seguiam até o local da manifestação, muitos com bandeiras da Síria e fotos de Assad e de seu pai, o falecido ex-presidente Hafez al-Assad.
"O povo quer Bashar al-Assad", cantava a multidão. Assad, que assumiu o poder depois da morte do pai, em 2000, deve falar ao povo nos próximos dias para anunciar uma série de reformas. Os manifestantes da oposição pedem reformas profundas, para que haja mais democracia e pelo fim do estado de emergência. Já ocorreram duas semanas de violentos protestos contra o governo de Assad.