Um governo de unidade palestino será anunciado nos próximos dias e buscará um voto de confiança no Parlamento no próximo sábado, afirmou o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do grupo Hamas, neste sábado.
Depois da mediação saudita, o Hamas e o seu rival Fatah concordaram há um mês em formar um gabinete de coalizão, uma decisão que pôs praticamente fim aos confrontos entre as facções. Na Faixa de Gaza, esses conflitos mataram mais de 90 pessoas.
``Anunciaremos o governo na quarta ou quinta-feira, e depois vamos pedir um voto de confiança no Parlamento no sábado'', disse Haniyeh, em entrevista transmitida pela TV.
Na quinta-feira, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, do Fatah, havia dito que o acordo estava ``99 por cento'' pronto.
A declaração do premiê Haniyeh ocorreu depois que atiradores do Fatah dispararam contra o comboio de um ministro do Hamas, na Cisjordânia. Esse foi o primeiro incidente sério entre os dois lados desde que as negociações começaram.
Haniyeh declarou que, uma vez formado o governo, ele e Abbas irão juntos à Arábia Saudita para uma reunião cujo objetivo é retomar a proposta de paz árabe para o Oriente Médio, lançada em 2002.
``Vamos à conferência e vamos pedir aos países árabes que apóiem o novo governo'', afirmou o premiê.
A proposta de paz em questão oferecia a Israel um acordo com todos os países árabes, para que os israelenses se retirassem das terras ocupadas desde a guerra de 1967.
ABBAS E OLMERT
No domingo, está previsto um encontro entre Abbas e o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, em Jerusalém. Autoridades dos dois lados, no entanto, procuram minimizar as chances de avanços na relações.
Olmert prometeu boicotar o governo de unidade palestino, se Israel não for reconhecido, se não houver a renúncia à violência e a aceitação dos acordos de paz. Segundo os israelenses, esses pontos vão ser enfatizados na conversa com Abbas.
Olmert também perguntará a Abbas a respeito dos 100 milhões de dólares de impostos palestinos que Israel lhe transferiu no início do ano. Autoridades israelenses questionam se os recursos foram usados como prometido.
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