Vaca em fazenda em Asakawa, na província de Fukushima, onde forragens para o gado foi encontrado com altos índicies de césio radioativo. Mais de 500 cabeças de gado de corte foram embarcadas para diversas regiões do Japão depois de consumirem forragem contaminada por material radiativo de Fukushima, segundo resultados de inspeções sanitárias divulgadas na segunda-feira| Foto: REUTERS/Kyodo

Mais de 500 cabeças de gado de corte foram embarcadas para diversas regiões do Japão depois de consumirem forragem contaminada por material radiativo de Fukushima, segundo resultados de inspeções sanitárias divulgadas na segunda-feira.

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Separadamente, o jornal Yomiuri disse que o governo japonês deve anunciar já na terça-feira restrições para o embarque de gado de corte que possa ter consumido forrragem contaminada.

Desde o acidente nuclear em Fukushima - o pior no mundo em duas décadas e meia - já surgiram casos de contaminação em legumes, chá, leite, frutos do mar e água, causando grande preocupação nos consumidores, embora o governo diga que os níveis de radiação não são perigosos.

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O governo da província de Fukushima iniciou inspeções no gado depois da descoberta de níveis de césio radiativo três a seis vezes superiores ao máximo tolerado em gado vendido por uma fazenda da região para Tóquio.

Cerca de 500 fazendas de pecuária foram inspecionadas, inclusive dentro da zona de exclusão nos arredores da usina. Descobriu-se que 14 delas despacharam para clientes 554 cabeças de gado que haviam consumido palha de arroz com até 500 vezes o nível de césio permitido.

O gado foi vendido a dez regiões, inclusive Tóquio e Hyogo (oeste), entre 28 de março e 13 de julho. As análises em amostras de carne produzida na região de Fukushima não indicaram que houvesse contaminação no produto.

A inspeção mostra que alguns pecuaristas que deram palha de arroz contaminada ao gado não estavam cientes da orientação dada em 17 de março pelo governo japonês, recomendando que se evitasse capim e outras forragens que fossem armazenadas ao ar livre.

Jiro Ohsaki, funcionário da Prefeitura de Fukushima, disse que a orientação passou despercebida devido ao caos que se seguiu ao terremoto e tsunami de 11 de março no norte do Japão.

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"Isso foi anunciado logo depois do desastre, quando não havia nem eletricidade nem gasolina, e as estradas estavam interrompidas. Além disso, alguns pecuaristas não entenderam que a categoria de grama e outras forragens incluía a palha de arroz."

Ao contrário do capim, a palha de arroz é uma ração rara, de produção japonesa, ao contrário do milho, principal ingrediente da ração industrial, que é quase todo importado.

O governo regional, que já examinou mais de 33 mil cabeças de gado, pretende terminar de inspecionar todas as 4.000 fazendas de pecuária de Fukushima até 3 de agosto.