O ex-presidente social-democrata Alan García, líder nas pesquisas para a Presidência do Peru, disse na segunda-feira que o seu eventual governo fechará o Congresso e convocará novas eleições, se o Legislativo "obstruir" o desenvolvimento do país.

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García aparece nas pesquisas com pelo menos 56% das intenções de voto para o segundo turno da eleição em 4 de junho, quando enfrenta o ex-militar nacionalista Ollanta Humala, figura temida por investidores pela sua intenção de nacionalizar a economia.

- Se começar o escândalo e a obstrução, exercerei o direito da Constituição de chamar o povo para eleger um novo Congresso - disse García à rádio RPP.

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- Guerra avisada não mata gente. Estão notificados os senhores congressistas. Não vamos permitir um Congresso de 'otorongos' (espécie de leopardo), cheios de pendengas, nem que estejam fazendo escândalos - disse o ex-presidente.

- O Peru precisa de autoridade e ordem. Não quero uma democracia molenga - acrescentou.

Segundo os resultados oficiais parciais das eleições gerais de 9 de abril, o próximo presidente --seja Humala ou García-- não terá maioria no Congresso, onde haverá pelo menos cinco partidos.

O grupo de Humala ocupará 22,03% das 120 cadeiras do Congresso. García terá apoio de 20,51%. Os conservadores ligados a Lourdes Flores, por sua vez, ocuparão 14,75%.

Ao longo da campanha, García promete reduzir o salário dos deputados, que chega quase a US$ 8 mil, ou 52 salários mínimos locais.

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Humala também promete reduzir os salários dos congressistas, mas não acha necessário dissolver o Legislativo.

O ex-presidente, cujo governo (1985-90) terminou com uma grave crise econômica e no auge do confronto com a guerrilha Sendero Luminoso, faz no domingo, dia 21, o primeiro debate contra Humala. Não ocorreram debates antes do primeiro turno.

- Um domingo me parece bom, porque permitirá uma maior audiência que em um dia de semana - disse Humala à TV América.

As regras do debate serão definidas nos próximos dias por assessores dos dois candidatos.

Segundo analistas, García pode levar vantagem, graças à sua ótima retórica e à sua experiência política.

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Humala subiu um ponto na última pesquisa do instituto Apoyo, atingindo 44%. Alfredo Torres, diretor do instituto, prevê que o ex-militar continuará crescendo nos próximos dias.

- Não temos ainda um vencedor do segundo turno, as próximas semanas serão decisivas para definir quem ganha as eleições - disse Torres à rádio RPP.