O candidato social-democrata à Presidência do Peru, Alan García, encerrou na quinta-feira sua campanha em Lima com a promessa de fazer do Peru o país mais importante do Pacífico sul-americano, enquanto seu adversário, o nacionalista Ollanta Humala, pediu em Cuzco que os peruanos votem sem medo e com esperança para resgatar o país da encruzilhada neoliberal.
Em um grande comício, García ofereceu aos peruanos uma transformação profunda e disse que seu país precisa de um governo que o deixe entre os grandes do mundo.
O ex-presidente previu uma vitória da democracia sobre o militarismo, da liberdade sobre o abuso, em referência ao passado militar de Humala, um ex-comandante do Exército. O lema do seu governo, prometeu, será pão com liberdade para todos os peruanos.
- Vamos derrotar quem prega o ódio e a violência, o confronto entre os peruanos. Esta é uma noite de união - disse, acusando Humala de representar o que há de mais velho, corrupto e repugnante, que é não obedecer a vontade do povo.
Depois de garantir que seu partido aprendeu com os erros do passado e está em condições de promover o desenvolvimento, García lançou um compromisso para cinco anos: ser o país piloto e mais importante do Pacífico Sul da América.O candidato nacionalista Humala em meio às bandeiras de seus eleitores/Reuters Ollanta Humala, por sua vez, reforçou sua plataforma nacionalista.
- Vamos decidir se queremos esse modelo econômico neoliberal, que vem destruindo a economia familiar - disse.
Humala se diz convencido da vitória e de que um novo Peru é possível. Ele renovou suas promessas de uma nova Constituição e de revisão dos contratos com as multinacionais.
- Estou trabalhando pela grande transformação do Peru. Vamos recuperar o Estado, senão ele será cativo para sempre - afirmou, comentando que as reservas de hidrocarbonetos e minérios podem fazer do Peru um país grande e majestoso.
Diante de milhares de peruanos vestidos com trajes da cor da bandeira peruana e com estandartes do império Inca, Humala encerrou seu comício com a afirmação de que o nacionalismo é um projeto de longa vida.
- Pouco a pouco despertamos a consciência dos peruanos de que queremos mudar o país - acrescentou.
Antes do comício, Humala visitou no hospital regional de Cuzco os três nacionalistas baleados na semana passada durante um confronto com militares do Partido Aprista, de García. Ele denunciou a violência do adversário e pediu ao governo mais segurança durante o processo eleitoral.
No próximo domingo, 16,4 milhões de peruanos vão às urnas eleger o sucessor do presidente Alejandro Toledo.