O escritor laureado com o Nobel Gabriel García Márquez está participando de negociações de paz entre a Colômbia e o segundo maior grupo guerrilheiro do país, anunciou na segunda-feira o presidente Alvaro Uribe.

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Após cinco rodadas de conversações com o ELN (Exército de Libertação Nacional, de inspiração cubana), as negociações procuram chegar a um acordo para o fim do conflito interno de mais de quatro décadas.

Uribe não deu detalhes sobre a participação de García Márquez, mas alguns analistas dizem que é possível que o governo veja a amizade estreita do escritor com o líder cubano Fidel Castro, além do respeito que ele desfruta na Colômbia, como um elemento que pode reforçar as negociações.

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O escritor colombiano fez uma aparição simbólica para dar apoio às negociações entre o predecessor de Uribe na presidência, Andrés Pastrana, e o maior grupo rebelde colombiano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). As negociações fracassaram depois de as Farc terem usado uma zona desmilitarizada para se rearmarem.

A rodada mais recente de negociações com o ELN terminou no mês passado sem anúncios, mas na segunda-feira Uribe disse a uma rádio local que García Márquez vai colaborar com a iniciativa e que o comissário de paz da Colômbia viajou para Cuba.

``O comissário se encontra em Cuba outra vez, e vou falar com ele hoje à tarde para discutir os avanços'', disse Uribe. ''Nosso prêmio Nobel Gabriel García Márquez vem se mostrando muito atento para que este processo termine bem.''

Famoso por romances como ``Cem Anos de Solidão'', García Márquez recebeu o Prêmio Nobel de Literatura 25 anos atrás e é uma das figuras mais populares da América Latina. Ele vive no México há muitos anos e visita Cuba com frequência.

O jornal Granma, do Partido Comunista cubano, disse que o escritor colombiano se encontra em Cuba para comemorar seu aniversário com amigos, mas não há informações oficiais sobre se ele visitou Fidel Castro.

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O ELN, que tem 5.000 integrantes, foi organizado em 1964 por estudantes radicais e padres católicos que lutavam por justiça social e se inspiraram na guerrilha vitoriosa de Fidel Castro. O grupo pratica sequestros e extorsões para se financiar e mantém cerca de 300 reféns no momento.