Lugo se reuniu com Garcia para renegociação do preço de energia de Itaipu: prioridade do governo paraguaio| Foto: Jorge Adorno / Reuters

O governo eleito do Paraguai Fernando Lugo reclamou nesta sexta-feira (1) sobre a administração conjunta da hidroelétrica Itaipu com Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É a primeira tentativa de aproximação para uma renegociação que promete ser complicada.

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Garcia se disse "contente" após a reunião. O novo governo do ex-bispo católico Fernando Lugo, que toma posse no dia 15 de agosto, pretende renegociar o preço da energia que vende ao Brasil, considerado injusto pelos paraguaios.

Lugo se reuniu na sexta-feira com Garcia, que, durante uma visita de dois dias a Assunção, também se encontrou com ministros e funcionários do próximo governo paraguaio e com as atuais autoridades.

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A equipe do presidente eleito apresentou uma proposta de discussão que inclui a revisão do tratado de fundação da hidroelétrica, considerada uma das mais potentes do mundo, e das tarifas atuais, entre outras questões.

Há "questões de natureza econômica, jurídica e, obviamente, questões de natureza política sobre Itaipu. A nós pareceu, a princípio, uma excelente pauta", disse Garcia em uma coletiva de imprensa depois de se encontrar com Lugo.

"Houve um acordo entre os dois governos. Assim que o presidente Lugo iniciar seu mandato, existirão reuniões e seguirão um pouco as questões delimitadas na proposta...Nós estamos muito contentes e creio que este é o sentimento de muitos de nossos amigos paraguaios", acrescentou.

É provável que Lugo e Lula, que já se encontraram em várias ocasiões nos últimos meses, voltem a se reunir durante a cerimônia de posse no Paraguai, neste mês. Lula também convidou o ex-bispo a visitar Brasília assim que possível.

"Teremos que estar suficientemente frios para discutir essa pauta..., mas o que posso dizer é o seguinte: o Brasil não é insensível à dimensão política do problema", disse o assessor da Presidência.

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O tratado de fundação de Itaipu estabelece que cada país é dono de metade da energia gerada e deve vender o excedente que não utiliza a seu sócio, a um preço estipulado em um acordo vigente até 2023.

O Paraguai considera que esta tarifa é injusta e que deveria ser livre para vender a energia a outros países.

Itaipu gera cerca de 20 por cento do total de energia elétrica consumida pelo Brasil, que usa quase a totalidade do que é produzido pela hidroelétrica.

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