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Em vídeo gravado na terça-feira, meninos afirmam que estão com saúde | Reprodução/ThaiNavySEAL
Em vídeo gravado na terça-feira, meninos afirmam que estão com saúde| Foto: Reprodução/ThaiNavySEAL

Os 12 meninos e seu treinador de futebol isolados há 11 dias em uma caverna inundada na província de Chiang Rai, norte da Tailândia, receberão alimentos para quatro meses e aulas de mergulho para o resgate, anunciou a Marinha na terça-feira (3).

A equipe SEAL da Marinha fez um apelo público por máscaras de mergulho pequenas, porque as disponíveis são grandes demais para os rostos das crianças.

Os garotos, com idades entre 11 e 16 anos, e seu treinador, 25, foram localizados na noite de segunda-feira (2) no interior da gruta de Tham Luang, cuja saída foi bloqueada por inundações.

Um vídeo gravado pelos socorristas e publicado nas redes sociais mostra o grupo de meninos magros, vestidos com camisas de futebol sujas de lama, refugiado em uma saliência da caverna cercada por água. Na terça, eles foram atendidos por um médico e uma enfermeira da Marinha tailandesa. Estão enfraquecidos, mas saudáveis.

O grupo recebeu um alimento de alto teor energético e de rápida digestão. Refeições de carne de porco e arroz estão sendo preparadas.

Como deixaram as mochilas do lado de fora antes de explorar a caverna, os garotos não se alimentaram durante os dias em que ficaram presos, tomando água que escorria das paredes.

Enquanto isto, os socorristas seguem bombeando água para fora da caverna visando facilitar o resgate dos meninos, que precisarão percorrer 4 km até a saída.

Em uma coletiva de imprensa na manhã de quarta-feira, o governador de Chiang Rai, Narongsak Osottanakorn, disse que seria "difícil" tirá-los de lá ainda nesta quarta. Ele disse que não queria fornecer uma estimativa sobre quando eles poderiam ser resgatados.

Incertezas

Os adolescentes foram encontrados a uma centena de metros de Pattaya Beach, zona da gruta onde se acreditava que estariam refugiados.

Especialistas e autoridades não estão de acordo sobre o melhor a ser feito.

O comandante da equipe SEAL da Marinha, Aphakorn Yookongkaew, disse que a retirada por mergulho é uma de diversas opções. "Temos de ter certeza de que vai funcionar e fazer um treinamento para ver se é 100% seguro."

Mergulhadores experientes levaram seis horas para chegar ao local onde o grupo está.

O capitão Anand Surawan, da Marinha tailandesa, levantou a possibilidade de que, no pior cenário, os 13 fiquem na caverna por quatro meses, até o fim da temporada de chuvas.

Outros afirmaram que seria duro para os meninos, e perigoso, deixá-los na caverna por tanto tempo, mesmo que tivessem luz, comida e outros suprimentos. Eles poderiam se ferir ou se arriscar a infecções, além de sofrer danos psicológicos por uma estada tão longa naquele ambiente.

O complexo de cavernas de 11 km de extensão é simples o suficiente para se percorrer e escalar na temporada seca. Mas na chuvosa -teoricamente, julho a setembro- ele pode se encher de água, submergindo muitas passagens.

Leia também: Retirar meninos presos em caverna na Tailândia pode demorar meses. Grupos de resgate trabalham com 3 opções

Vernon Unsworth, um explorador de grutas do Reino Unido que vive perto de Tham Luang e a visita há mais de seis anos, disse que seria melhor que os meninos fossem retirados imediatamente por mergulhadores experientes do que forçados a esperar durante meses.

Ele disse que os meninos poderiam usar máscaras de rosto inteiro para não terem de aprender a respirar pela válvula geralmente usada pelos mergulhadores.

Andrew Watson, socorrista com experiência em resgates de mineiros presos por incêndios ou inundações, afirmou que um indivíduo que entre em pânico na água pode ter um efeito cascata desastroso.

"Temos de ter em mente que são crianças. E estamos falando de água: vai mexer, vai haver pressão, vai haver resistência, não vai haver visibilidade, e eles não têm experiência com os aparatos de mergulho", afirmou.

Já o ministro do Interior tailandês, Anunpong Paojinda, disse que a retirada pode ter de ser apressada por causa das chuvas. "Se a água subir, a tarefa será mais difícil. Precisamos retirá-los antes disso", declarou ao jornal Bangkok Post.

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