Os Institutos Nacionais de Saúde (INS) dos EUA podem receber 1 bilhão de dólares adicionais para pesquisas na área, segundo a proposta orçamentária enviada na segunda-feira pelo presidente Barack Obama ao Congresso.
A proposta reserva ainda 25,5 bilhões de dólares durante seis meses para fortalecer o programa federal Medicaid, que beneficia famílias pobres, além de 1,4 bilhão de dólares para a segurança alimentar e 3 bilhões de dólares para a prevenção da Aids.
O orçamento também propõe uma ampliação da ajuda a outros países em termos de alimentação e saúde, especialmente pesquisas sobre Aids e doenças tropicais negligenciadas.
Grande parte da nova verba irá para pesquisas médicas básicas financiadas pelos INS, que costumam bancar projetos em centros acadêmicos. Parte desse trabalho acaba sendo licenciado para que laboratórios e empresas de biotecnologias lancem novos produtos.
"Para acelerar o progresso em pesquisa biomédica, os investimentos dos INS vão focar em áreas prioritárias, como genoma, pesquisa transversal, ciência de apoio à reforma do atendimento na saúde, saúde global e revigoramento da comunidade de pesquisa biomédica", diz a peça orçamentária.
Francis Collins, diretor dos INS, disse no mês passado à Reuters que buscaria uma maior ênfase para aplicações concretas das pesquisas feitas pela agência, e que o órgão também poderia participar mais ativamente da melhoria da saúde pública nos EUA, conduzindo, por exemplo, pesquisas comparativas sobre a eficácia de vários tratamentos.
Pela proposta de Obama, o orçamento dos INS subiria de 30 bilhões de dólares em 2009 e estimados 31 bilhões em 2010 para 32 bilhões de dólares em 2011.
A peça orçamentária prevê também 286 milhões de dólares para que a Agência de Pesquisa e Qualidade em Atendimento da Saúde realize pesquisas comparativas sobre tratamentos.
Já o Departamento de Estado receberá mais verbas para a Iniciativa Global da Saúde, cujos gastos saltariam de 7,8 bilhões de dólares em 2010 para 8,5 bilhões.Sem entrar em detalhes, o texto sugere "maiores esforços para reduzir a mortalidade de mães e crianças menores de cinco anos, evitar gestações indesejadas e trabalhar pela eliminação de algumas doenças tropicais negligenciadas".
Há verbas reservadas também para o Plano de Emergência Presidencial para o Alívio à Aids, para a Iniciativa Presidencial da Malária, para a Iniciativa Presidencial para a Fome Global e a Segurança Alimentar e para programas de desenvolvimento agrícola e nutrição.
Conforme Obama prometera no ano passado, o orçamento reserva também 222 milhões de dólares para pesquisas sobre o autismo, distúrbio que sob alguma forma e intensidade afeta quase 1 por cento das crianças dos EUA, segundo dados oficiais.