Milhares de palestinos saíram às ruas de Gaza para comemorar a aceitação da Palestina na ONU como Estado observador não-membro, em uma votação na qual 138 países votaram a favor, nove contra e 41 se abstiveram.
Em Gaza capital, as ruas se encheram de carros e grupos de jovens que celebravam a vitória palestina agitando bandeiras, disparando para o ar e acendendo fogos de artifício.
Os carros circulavam com as luzes de emergência e tocavam permanentemente a buzina em uma explosão de alegria.
"Esta é uma grande vitória política, que levará a liderança palestina a unir-se a várias organizações da ONU, e também ao Tribunal Internacional de Haia, onde os palestinos poderão levar Israel pelos crimes que cometeu contra nosso povo, principalmente em Gaza", declarou Mohammed Humaid, um jovem de 27 anos residente na cidade.
"É difícil descrever o que sentimos em palavras. Tudo o que posso dizer é que estou muito orgulhoso de ser palestino. Hoje obtivemos um Estado observador e em breve seremos um membro pleno", acrescentou.
Humaid acredita que o triunfo na Assembleia Geral da ONU é "um presente ao espírito de Yasser Arafat" e considera o presidente palestino, Mahmoud Abbas, que apresentou a solicitação esta noite em Nova York, "um herói que levou honra a cada um dos palestinos".
Eufóricos, grupos pelas ruas nas principais cidades da Faixa gritavam "Palestina, Palestina!" e "194", em referência ao número da cadeira que o país ocupará caso se transforme em membro de pleno direito da ONU.
Ibrahim Abu Hashem, que comemorava com seu filho de dois anos, assegurou que os palestinos "conseguiram duas vitórias, a primeira quando a resistência armada venceu Israel em sua guerra contra Gaza que acabou na semana passada e a segunda a conquistada hoje pelo presidente Abbas".
"Queremos que Abu Mazen (nome de guerra de Mahmoud Abbas) venha da ONU diretamente a Gaza para se reunir com o Hamas e fazer real a reconciliação", comentou Hashem.
O membro do escritório político do Hamas, Izzat al Resheg, escreveu em seu perfil no Facebook que "celebramos a decisão da Assembleia Geral da ONU de dar à Palestina o status de Estado não-membro. Consideramos isto um benefício para nosso povo, embora a Palestina mereça mais".
O dirigente islamita assinalou que este passo deve ser considerado "parte de uma visão nacional estratégica baseada na resistência e em manter os direitos e méritos nacionais do povo palestino e não fazer concessões sequer de uma pequena parte da terra da Palestina"