Casa danificada depois de ser atingida por um foguete, na vila de Mishmeret, ao norte de Tel-aviv, em 25 de março de 2019 | Foto: Jack GUEZ/AFP| Foto: AFP

Após uma escalada dos confrontos na Faixa de Gaza nesta segunda-feira (25), a organização palestina Hamas anunciou um cessar-fogo com Israel, mediado pelo Egito. Israel ainda não se pronunciou.

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O jornal israelense Jerusalem Post relatou que o cessar-fogo não entrou em vigor na noite desta segunda-feira, quando o sul da Faixa de Gaza voltou a ser atingido por foguetes.

Pelo Twitter, as Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram, por volta das 19h (horário de Brasília, 0h em Jerusalém) que "dezenas de foguetes continuavam sendo lançados pelo Hamas nos cidadãos israelenses".

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Nesta segunda-feira, sete israelenses ficaram feridos depois que um foguete lançado da Faixa de Gaza atingiu uma casa nos arredores de Tel-Aviv. Após o ataque, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, decidiu interromper a visita que fazia aos Estados Unidos.

Mais tarde, jatos militares israelenses atacaram alvos na Faixa de Gaza em resposta ao foguete disparado horas antes a partir do enclave palestino em direção a Tel Aviv.

A IDF também afirmou, pelo Twitter, que suas bombas atingiram o escritório do Serviço de Segurança Interna do Hamas, em Gaza.

"Podemos confirmar que o Hamas é responsável por atirar um foguete caseiro. Ele voou por uma distância de 120 quilômetros por Israel e então destruiu esta casa", informou o exército ao tuitar um vídeo com imagens aéreas da casa atingida.

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Comunidade agrícola

Embora lançamentos de foguetes de Gaza contra Israel não sejam incomuns, esta foi a segunda vez que um deles atingiu a maior cidade do país.

Dos sete israelenses feridos na casa, localizada em uma comunidade agrícola, três eram crianças e todos eram membros de uma família. A mídia israelense informou que a casa terá que ser destruída porque já não é mais segura.

Nas horas que se seguiram à explosão do foguete, Israel anunciou que estava fechando as principais passagens de fronteira para a Faixa de Gaza.

No início deste mês, após relatos de dois foguetes disparados em direção a Tel-Aviv, a partir de Gaza, os militares israelenses responderam atacando mais de 100 alvos no enclave costeiro palestino.

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Nenhuma lesão ou dano a propriedades foi relatada naquela ocasião, mas sirenes de alerta de foguetes foram ativadas, fazendo com que milhares de israelenses na parte mais populosa do país buscassem abrigos antiaéreos.

O exército israelense disse acreditar que o Hamas era responsável. Posteriormente a imprensa local informou que o grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza teria lançado os dois foguetes por engano.

Reportagens da imprensa local disseram que o foguete lançado nesta segunda-feira também foi disparado por acidente. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque.

Visita cancelada

O líder israelense, Benjamin Netanyahu, que chegou a Washington no domingo (24), decidiu retornar a Israel imediatamente após se encontrar com o presidente Donald Trump na Casa Branca na manhã desta segunda-feira.

"Este foi um ataque criminoso ao Estado de Israel, e nós responderemos com força", disse Netanyahu, que também é ministro da Defesa. Ele disse que foi informado pelos chefes da segurança israelense e que retornaria para conduzir a resposta de Israel.

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O primeiro-ministro, que está no meio de uma feroz batalha pela reeleição, foi criticado no ano passado por membros de sua própria coalizão governamental por ser brando demais com o Hamas.

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Em novembro, ele concordou com um cessar-fogo mediado pelo grupo após uma série de ataques com foguetes de Gaza contra comunidades no sul de Israel. Seus adversários políticos também criticaram a decisão de Netanyahu de permitir que o Catar enviasse US$ 15 milhões por mês à Gaza para pagar salários de funcionários públicos do Hamas.

Um ano de protestos

Em Gaza as tensões aumentaram, já que os moradores da faixa empobrecida, que há mais de uma década está sob o bloqueio israelense e egípcio, vêm protestando contra a extrema pobreza e as táticas de repressão violenta do Hamas contra os manifestantes.

Os protestos contra Israel também continuam. O próximo sábado (30) marca um ano de manifestações semanais dos palestinos na fronteira com Israel. Chamados de "a Grande Marcha de Retorno", os protestos inicialmente tinham o objetivo de pressionar pelo reconhecimento internacional do direito dos refugiados palestinos de retornar às suas antigas casas, que ficam em território israelense.

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Aproximadamente 75% dos habitantes de Gaza são registrados pela Organização das Nações Unidas (ONU) como refugiados, descendentes de cerca de 750 mil palestinos que fugiram ou foram expulsos de suas casas quando Israel foi criado em 1948. Muitos ainda vivem em um dos oito campos de refugiados de Gaza.

Um recente relatório da ONU descobriu que cerca de 189 moradores de Gaza foram mortos por forças israelenses em 2018. A Comissão de Inquérito da ONU criticou as regras israelenses de envolvimento com os manifestantes e disse que a maioria dos palestinos mortos "não representava uma ameaça imediata de morte ou de ferimento grave quando foram atingidos”.

Israel disse que os protestos são particularmente violentos e poderiam servir de cobertura para o Hamas se infiltrar em Israel e realizar ataques.