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Cientistas teriam descoberto uma forma de aumentar expressivamente a quantidade de proteínas e minerais contidas no trigo, tornando o alimento muito mais nutritivo.

De acordo com artigo publicado na última edição da revista científica "Science", a equipe de pesquisadores, liderada por Jorge Dubcovsky, da Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA, identificou um gene, ativo em uma variante selvagem do grão, capaz de elevar consideravelmente as suas taxas de zinco, ferro e proteínas.

Segundo os autores do estudo, que contou com a participação de cientistas do Departamento de Agricultura dos EUA e da Universidade de Haifa, em Israel, apesar de todas as variedades domesticadas de trigo possuírem uma cópia do gene em questão, apelidado de GPC-B1, a sua função provavelmente se perdeu ao longo do processo de domesticação. Assim, os grãos selvagens, que têm o gene ativo, produzem espigas cerca de 10% e 15% mais ricas que um grão de trigo normal.

- Nós seremos capazes de produzir trigo com mais proteína, zinco e ferro, que pode ser cultivado em países em desenvolvimento, para suprir as necessidades alimentares locais - disse Jorge Dubcovsky. - Eu não estou dizendo que um simples passo como este vai resolver o problema da fome no mundo. Eu não seria tão ingênuo. Mas acredito que estamos caminhando na direção certa.

O trigo é um dos alimentos mais importantes da dieta da população mundial e representa cerca de 20% das calorias consumidas diariamente. Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 2 bilhões de pessoas têm uma dieta pobre em zinco e ferro e mais de 160 milhões de crianças com menos de 5 anos não ingerem quantidades adequadas de proteínas.

Para introduzir o gene funcional no trigo domesticado, os cientistas pretendem realizar cruzamentos guiados, de forma um pouco mais sofisticada do que a usada hoje para melhorar as variedades da planta, mas sem criar um transgênico.

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