Israel usará uma "força desproporcional" se o grupo militante libanês Hezbollah atacar o Estado de Israel, disse um importante comandante militar israelense, em comentários publicados nesta sexta-feira (3), acrescentando que cada vilarejo libanês usado para disparar mísseis contra Israel será destruído.
O major general Gadi Eizenkot, que comanda as forças na fronteira norte de Israel, também fez uma ameaça semelhante contra a Síria.
Eizenkot falou ao jornal Yediot Ahronot alguns dias após o aniversário de dois anos de uma guerra inconclusiva de Israel contra o Hezbollah, que durou 33 dias. A guerra de 2006, na qual o Hezbollah conseguiu disparar 4 mil foguetes e mísseis contra Israel, foi vista como um fracasso e Eizenkot tem trabalhado desde então para reconstruir a prontidão do Exército de Israel na fronteira norte.
Eizenkot disse que Israel não mostrará misericórdia com os vilarejos libaneses que abrigarem combatentes do Hezbollah. Israel reclama que combatentes do grupo xiita usam áreas residenciais como esconderijo e cobertura, o que limita o poder de resposta do exército israelense.
Eizenkot disse que se o Hezbollah atacar novamente, Israel colocará em prática a "doutrina Dahiya", uma referência aos subúrbios xiitas do sul de Beirute que são a base do Hezbollah. Durante a guerra de 2006, Israel destruiu dezenas de edifícios em Dahiya, inclusive o que abrigava o escritório do líder do grupo xiita, o xeque Hassan Nasrallah.
"O que aconteceu a Dahiya em 2006 acontecerá a qualquer vilarejo do qual forem disparados foguetes contra Israel. Nós aplicaremos uma força desproporcional e causaremos uma grande destruição", ele disse. "Isso porque do nosso ponto de vista esses locais não são vilarejos civis, são bases militares". Eizenkot ressaltou que isso "não é uma recomendação" mas um plano aprovado nas altas esferas políticas.
Eizenkot também advertiu a Síria a não disparar mísseis contra Israel. A Síria apóia o Hezbollah. Apesar da recente retomada das conversações indiretas de paz com a Síria, Israel acredita que o regime de Damasco continua a rearmar o Hezbollah.
Não houve resposta nesta sexta-feira nem do Hezbollah e nem da Síria aos comentários, mas há alguns dias, o xeque Nasrallah afirmou que a resposta do grupo a uma incursão israelense será muito mais forte do que foi em 2006. As informações são da Associated Press.
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