A Força Área americana anunciou a demissão do general Michael Carey, responsável por 450 mísseis nucleares de longo alcance após alegações de que a confiança nele foi abalada por "mau comportamento".
"Infelizmente nós tivemos que liberar o oficial (Carey) que teve uma carreira de destaque ao longo de 35 anos de serviço louvável", afirmou o general James Kowalski, chefe do Comando Global de Ataque da Força Aérea. Ele disse ainda que a demissão não alterou a capacidade de defesa americana contra armas nucleares.
De acordo com fontes da Força Aérea, o general de duas estrelas sofreu com a "perda de segurança e confiança", informou a agência Reuters citando fontes que não queriam se identificar porque o general ainda não tinha sido informado de sua demissão.
Segundo um comunicado, a decisão de demitir o general foi "baseada em informações do Inspetor Geral de investigações obtidas sobre o comportamento de Carey durante uma missão temporária".
Localizado em Wyoming, o quartel-general da 20ª Força Aérea é responsável por três centros de misseis balísticos intercontinentais.
'Estamos em uma crise', diz e-mail interno
O anúncio vem dois dias após a demissão do vice-comandante do Comando Estratégico dos EUA - que supervisiona o arsenal nuclear e as operações espaciais - ser demitido após investigações relacionadas com seu hábito de apostas. O vice-almirante Tim Giardina perdeu seu posto depois que a polícia iniciou uma investigação por uso de fichas de pôquer falsificadas em um cassino de Iowa.
A dupla troca de comando ocorre depois que uma base nuclear no estado de Montana foi reprovada em inspeções de segurança, em agosto.
Em março, 19 oficiais tiveram credenciais rebaixadas após um exercício nuclear numa base no estado de Dakota do Norte ter falhado. O tenente-coronel Jay Folds, vice-comandante da unidade, escreveu em um email interno que havia "podridão" na equipe nuclear da Força Área: "Estamos, de fato, numa crise agora".
Na semana passada, dois generais foram demitidos por falharem na defesa de uma base no Afeganistão.
Estratégia nuclear
Segundo a Força Aérea, a troca de comandos e pessoal está relacionada ao aumento dos padrões de controle após um incidente com um avião B-52, que transportava mísseis nucleares em espaço aéreo americano.
A estratégia nuclear americana requer que o presidente possa, a qualquer momento, disparar um ataque nuclear. Para isso, um oficial sempre acompanha o chefe de Estado com uma maleta chamada "futebol nuclear", é a partir dela que o ataque é autorizado.