O chefe das Forças de Defesa Nuclear, Biológica e Química (NBC) da Rússia, tenente-general Igor Kirillov, em Moscou| Foto: EFE/EPA/SERGEI CHIRIKOV
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O general de alto escalão Igor Kirilov, chefe da defesa radiológica, química e biológica da Rússia (NBC, na sigla em inglês), foi morto em um ataque com explosivo nesta terça-feira (17) em Moscou, segundo informou o Comitê de Instrução (CIR) e outras autoridades do país.

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De acordo com o CIR, a bomba foi detonada quando Kirilov, de 54 anos, saía de casa acompanhado de seu assistente, que também morreu no ataque.

Os investigadores apuraram que o artefato explosivo, com potência equivalente a 300 gramas de nitroglicerina, foi encontrado em um patinete elétrico que estava estacionado ao lado da entrada do prédio residencial, localizado na Avenida Riazanki, em Moscou.

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A explosão, que ocorreu pouco depois das 6h (horário local, 0h de Brasília), foi tão forte que quebrou as janelas dos três primeiros andares do edifício.

O Tenente-General Igor Kirillov e seu assistente foram mortos em uma explosão do lado de fora de um prédio residencial em Moscou. A declaração do comitê disse que o explosivo estava escondido dentro de uma scooter elétrica. Crédito: EFE/EPA/YURI KOCHETKOV| Foto: EFE

De acordo com a agência de notícias oficial russa RIA Novosti, que cita fontes dos serviços de emergência, a bomba foi ativada remotamente usando sinais de rádio.

Kirilov, que estava encarregado da defesa radiológica, química e biológica da Rússia desde 2017, fazia aparições na imprensa regularmente nas quais se referia, entre outras coisas, aos "laboratórios biológicos americanos" na Ucrânia.

Segundo o jornal The New York Times, o tenente-general Kirillov foi um dos principais responsáveis pela campanha de propaganda militar da Rússia contra a Ucrânia e o Ocidente desde o início da guerra.

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Ele frequentemente concedia entrevistas à imprensa russa com alegações infundadas, segundo o jornal. Em 2023, por exemplo, o militar do Exército russo afirmou que os EUA estavam planejando usar drones “projetados para espalhar mosquitos infectados” dentro do país.

O tenente-general, que já foi agraciado com o título de "herói da Rússia", tinha uma reunião marcada com um grupo de jornalistas nesta terça-feira.

Fontes ucranianas consultadas pela emissora BBC, dos serviços de segurança (SBU, na sigla em inglês) de Kiev, afirmaram que o país estaria por trás da operação para matar Kirillov em Moscou.

Outra fonte do serviço de segurança da Ucrânia também ligou a autoria do ataque ao país, segundo o jornal The New York Times e a agência de notícias pública ucraniana Ukrinform.

Um dia antes do ataque, o general Kirillov foi condenado à revelia por um tribunal ucraniano, sob acusações de ser responsável pelo “uso massivo de armas químicas proibidas” na Ucrânia durante a invasão russa, iniciada em 2022.

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Em uma declaração sobre a investigação contra Kirilov, publicada nesta segunda-feira (16), o SBU disse ter documentado mais de 4.800 casos em que forças russas usaram armas químicas proibidas, sob suas ordens, nas frentes leste e sul da Ucrânia.

"Em particular, estamos falando de granadas de combate K-1, que são equipadas com irritantes tóxicos", disse o comunicado no Telegram, acrescentando que o uso dessas substâncias é proibido pelo direito internacional.

O comunicado também afirma que mais de 2.000 soldados ucranianos sofreram os efeitos das armas químicas usadas pela Rússia. Segundo o relatório do SBU, as forças do Kremlin estão lançando substâncias tóxicas de drones contra as defesas ucranianas para forçar as tropas de Kiev a abandonar suas posições.

"Quando granadas com armas químicas são ativadas, seus componentes tóxicos afetam as membranas mucosas da pessoa, especialmente os olhos e o trato respiratório", detalhou o serviço secreto ucraniano.

De acordo com uma fonte do SBU contatada pela Ukrinform, o ataque foi uma operação especial do serviço secreto ucraniano.

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O ataque desta terça-feira em uma rua de Moscou foi considerado o de maior repercussão envolvendo um oficial militar russo longe do campo de batalha desde o início da invasão do regime de Vladimir Putin em 2022.