Quiosques da Praia Central de Guaratuba não têm autorização para funcionar| Foto: Carlos Ohara/Gazeta do Povo

Washington – O comandante das forças americanas no Iraque, general David Petraeus, disse ontem que recomendou ao presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, uma redução das tropas americanas no Iraque – que começaria ainda neste mês – com a saída de uma unidade de marines.

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É a primeira das três sessões de apresentação do relatório feitas pelo general ao Congresso. O embaixador dos Estados Unidos no Iraque, Ryan Crocker, também discursou ontem.

Petraeus disse que é a favor da redução do contingente no país do Oriente Médio até que as forças voltem a ter cerca de 130 mil – o mesmo número de homens que tinham antes de Bush anunciar, em janeiro, que iria reforçar a presença americana no Iraque como forma de estabilizar o país. A redução para este número deve ocorrer até julho de 2008, segundo o relato de Petraeus.

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Depois da saída da 13.º Unidade Expedicionária de Marines ainda neste mês, devem retornar aos EUA em dezembro um cerca de 3.500 a 4.000 soldados. Petraeus disse que podem ocorrer cortes maiores no contingente no Iraque antes de julho de 2008, mas ele recomendou ao governo Bush esperar até março de 2008 para decidir quando chegar a menos de 130 mil militares no Iraque.

O relato de Petraeus foi o mais aguardado depoimento de um militar no Congresso desde a Guerra do Vietnã. Em alguns momentos, a audiência realmente lembrou os anos de impaciência do conflito no Vietnã. Com gritos de "Tragam as tropas de volta para casa!", manifestantes interromperam várias vezes a sessão.

O presidente da Comissão das Forças Armadas, o democrata Ike Skelton, ordenou em três ocasiões que os segurança retirassem mulheres vestidas de vermelho que gritavam slogans contra a guerra.

O discurso de Crocker foi afinado com o de Petraeus. O embaixador disse aos congressistas que a retirada das tropas americanas do Iraque faria do Irã o grande vencedor da guerra, ao dar aos iranianos parte do território iraquiano e acesso a seus recursos naturais. "Reduzir nossos esforços levaria ao fracasso e é preciso que as conseqüências desse fracasso fiquem claras." Para Crocker, a sociedade iraquiana "está traumatizada" e continuará assim por muito tempo. "O Iraque está passando por uma revolução, não é apenas uma mudança de regime", disse Crocker.

O embaixador afirmou que a influência negativa da Síria e do Irã será compensada em breve pelo anúncio da Arábia Saudita de abrir uma embaixada em Bagdá, o que não acontecia desde a ascensão de Saddam Hussein.

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Petraeus também se queixou da intromissão iraniana no Iraque. Ele acusou a Guarda Revolucionária de empreender uma guerra indireta contra o Estado iraquiano e o Exército americano.

A dupla Petraeus e Crocker voltará a depor hoje em duas sessões diferentes, uma na Comissão de Relações Exteriores do Senado, outra na Comissão das Forças Armadas. Os depoimentos foram uma exigência do Congresso, que condicionou a liberação de US$ 122 bilhões para as operações de guerra à apresentação de um relatório sobre a situação no Iraque, que deve ser entregue no sábado.