O ator George Clooney foi detido nesta sexta-feira e solto três horas depois por participar de um protesto realizado em frente à embaixada do Sudão que acusava o presidente sudanês, Omar al Bashir, de provocar uma crise humanitária por bloquear o acesso de comida e ajuda à região das montanhas de Nuba, na fronteira com o Sudão do Sul.
Aparentando bom humor, Clooney falou rapidamente após ser liberado e não detalhou se ele e os outros manifestantes detidos tiveram que pagar fiança para serem libertados.
Perguntado sobre o tratamento recebido, o ator afirmou: "Vocês podem imaginar... Já estiveram alguma vez em uma cela com esta gente?", brincou em referência a alguns congressistas e outros ativistas que também foram detidos, entre eles o filho de Martin Luther King.
O protesto aconteceu no começo da manhã na frente da embaixada do Sudão e Clooney fez duras criticas a Bashir, exigindo que seu governo "pare de matar e atacar indiscriminadamente homens, mulheres e crianças".
"Necessitamos de ajuda humanitária para evitar que o Sudão vivencie a pior crise humanitária do mundo. Imediatamente", clamou o ator, acompanhado de seu pai.
Clooney foi detido pela polícia diante de vários meios de comunicação, que filmaram e fotografaram o ator se aproximando tranquilo dos agentes antes de, com um meio sorriso, ser algemado.
Os manifestantes denunciaram bombardeios, violência e o uso de comida como "arma de guerra" que estariam sendo realizados pelo governo do Sudão "contra homens, mulheres e crianças" no sul da região de Cordofão, uma área de fronteiras pouco definidas entre o Sudão e seu vizinho Sudão do Sul.
O objetivo deste protesto era chamar a atenção do governo americano e dos líderes mundiais para deter a violência na região e prevenir uma catástrofe humanitária.
Na manifestação, organizada pela National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), também participaram o presidente da entidade, Ben Jealous, e o congressista democrata Jim Moran.
O ator, um fervoroso ativista dos direitos dos habitantes do Sudão do Sul, pediu nesta semana ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que convença o governo da China a aderir à pressão internacional para que o governo sudanês permita que a ajuda ingresse na fronteira sul do país para atenuar a crise de fome.
Na quarta-feira, Clooney compareceu no Congresso dos EUA para advertir sobre a situação do Sudão do Sul, alertando que a população está sendo massacrada, e fez um apelo para que sejam aprovadas sanções contra o governo sudanês.
Clooney viajou às montanhas sudanesas de Nuba, em Cordofão do Sul, onde, segundo disse, os habitantes fugiram para cavernas com o objetivo de "sobreviver".
O ator prepara um documentário com John Prendergast, cofundador do Enough Project, uma ONG criada para lutar contra o genocídio e os crimes contra a humanidade, no qual mostram a violência sofrida por os civis por ações das Forças Armadas sudanesas, que realizam bombardeios aéreos nas montanhas de Nuba com fins de limpeza étnica, denunciou.
Em 2010, Clooney ajudou a fundar o Projeto Satélite Sentinela, cujo objetivo é captar imagens das atrocidades que são realizadas no interior do Sudão. "Vamos continuar fazendo vídeos que possam estar disponíveis para as pessoas", declarou na audiência.
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