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George Santos admitiu que não trabalhou para grandes bancos e que não tem formação superior.| Foto: Reprodução/ABC

O congressista republicano George Santos, filho de brasileiros, que ganhou o noticiário após mentir sobre seu currículo para ser eleito, foi detido na manhã desta quarta-feira (10) e indiciado por treze acusações, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Logo após a sua prisão, Santos compareceu perante um juiz federal do distrito de Central Islip, no condado de Suffolk (Long Island), em Nova York, pelo qual foi eleito nas eleições de 2022 pelo Partido Republicano. Ele foi liberado após pagar uma fiança de US$ 500 mil (aproximadamente R$ 2,5 milhões) e aguarda julgamento, segundo informou o The New York Times. Ele entregou o seu passaporte e está obrigado a permanecer em Nova York e Washington DC, cidades onde desempenha funções parlamentares, uma vez que o Partido Republicano ainda não o desautorizou.

As treze acusações se referem a fraude (sete), lavagem de dinheiro (três), roubo de recursos públicos e falso testemunho (duas), segundo o documento oficial, que detalha cada um dos crimes.

O Departamento de Justiça lembrou da presunção da inocência de Santos até que seja provado o contrário, mas caso isso ocorra o brasileiro "enfrentará uma pena máxima de vinte anos de prisão para as acusações mais graves". O órgão o considera suspeito de "desviar doações de apoiadores, obter fraudulentamente subsídios de desemprego e mentir à Câmara dos Representantes".

O procurador federal Breon Peace, do Distrito Leste de Nova York, disse que o objetivo da ação é "erradicar agressivamente a corrupção e o autoengano das instituições públicas e responsabilizar os funcionários públicos perante os eleitores que os elegeram".

Peace se referiu à "persistente desonestidade e engano de Santos ao chegar ao Congresso e enriquecer: usou as doações políticos para encher os bolsos", disse antes de recordar que o político também se beneficiou de fundos de desemprego "que deveriam ter ido para os nova-iorquinos que perderam os seus empregos na pandemia" de Covid-19.

Foi o jornal "The New York Times" que revelou, pouco depois da eleição de Santos no ano passado, a teia de mentiras no currículo do político - sobre a sua família, a sua religião, os seus estudos e os seus passatempos -, e o próprio admitiu que tinha "embelezado" alguns desses detalhes.

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