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Os radares da Geórgia devem passar a fazer parte do sistema de radares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) até o final do ano, ou antes do que se previa e isso devido à preocupação com a postura adotada recentemente pela Rússia, afirmou na quinta-feira o Ministério de Defesa georgiano.

"Incidentes recentes levaram à realização de discussões em Bruxelas, no quartel-general da Otan, a fim de acelerarmos os procedimentos de modo a permitir que a Geórgia faça parte daquele sistema o quanto antes", disse o vice-ministro de Defesa do país, Batu Kuteliya, à Reuters. "Isso deve ser concluído no final do ano."

O anúncio apareceu um dia depois de a Geórgia ter acusado um avião russo de invadir seu espaço aéreo no começo da semana e duas semanas depois de ter acusado uma outra aeronave da Rússia de deixar cair um míssil em seu território.

O governo russo rebateu afirmando que as acusações são despropositadas.

A integração dos radares georgianos com o sistema da Otan significa que a aliança militar terá, em tempo real, informações sobre eventuais incursões ocorridas no espaço aéreo da Geórgia, disse Kuteliya em uma entrevista.

O atual governo georgiano, pró-Ocidente, deu início a procedimentos que podem acabar por fazer dessa ex-República soviética um membro da Otan. A Rússia, que controlou a região durante vários anos, opõe-se ao ingresso do país na aliança militar.

A integração do sistema de radares deve tornar maiores as preocupações da Rússia com a presença militar do Ocidente perto de suas fronteiras. A Geórgia selou uma aliança com os EUA e vem recebendo ajuda militar norte-americana.

A Rússia já critica o plano dos EUA de colocar parte de um escudo de defesa antimíssil na Polônia e na República Tcheca. E, depois de acusar a Otan de aumentar sua presença militar no Leste Europeu, avisou que não observará mais um tratado de controle de armas.

"Os dados fornecidos por nosso sistema de radares a respeito do espaço aéreo da Geórgia poderão ser consultados por todos os países da Otan. E isso em tempo real", disse Kuteliya.

"Tudo ficará à disposição no quartel-general da Otan, no comando central", afirmou.

"Já concluímos a parte técnica do trabalho e compramos várias unidades (de equipamentos) para sermos incorporados ao sistema. Agora, há procedimentos técnicos e jurídicos sendo realizados na Otan para que façamos parte do sistema."

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