Troca de acusações marca trégua, porém retirada russa não está confirmada

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O governo da Geórgia negou nesta segunda-feira (18) que a Rússia tenha começado a retirar as suas tropas do país, conforme havia anunciado pouco antes o comando militar russo.

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O Ministério de Relações Exteriores disse que a Rússia está "violando seriamente" o cessar-fogo e danificando a infra-estrutura georgiana. Já o Ministério do Interior da Geórgia acusou a Rússia de aprofundar seu avanço pelo território do país.

Não há confirmação independente da saída dos russos. Jornalistas da AFP em vários pontos do território da Geórgia, principalmente próximo às cidades de Gori e Senaki, observaram a presença de muitos destacamentos russo e não notaram sinais de retirada. O governo da Geórgia também relatou que dois carros de polícia foram queimados por tropas russas a 30 quilômetros da capital, Tbilisi.

A suposta retirada havia sido anunciada pelo chefe adjunto do Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Rússia, general Anatoli Nogovitsin, em entrevista à rádio estatal "Vesti".

A Casa Branca voltou a dizer nesta segunda-feira que a Rússia, como prometido, deveria retirar suas forças da Geórgia "sem atrasos".

O porta-voz da Casa Branca, Gordon Johndroe, disse que os Estados Unidos continuam monitorando a situação. Ele estava no Texas, onde o presidente George W. Bush se encontra, em seu rancho.

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No domingo, a demora da retirada russa -apesar do cessar-fogo firmado sábado- fez Estados Unidos, França e Alemanha subirem o tom. Os países pressionaram os russos a retirar imediatamente as suas tropas que ocupam a Geórgia desde o último dia 8, em resposta ao ataque georgiano à região separatista da Ossétia do Sul.

O presidente da França e da União Européia, Nicolas Sarkozy, que negociou o cessar-fogo durante a semana, ligou no domingo para o presidente russo, Dimitri Medvedev, cobrando o cumprimento do acordo.

No telefonema, Sarkozy disse que, se a Rússia não executasse o acordo com a Geórgia, poderia haver "graves conseqüências" para as relações entre Rússia e União Européia. Medvedev disse, segundo Sarkozy, que as tropas serão retiradas, mas uma força russa de pacificação vai continuar na região separatista.

A chanceler alemã, Angela Merkel, que esteve em Tbilisi, capital georgiana, disse que a saída dos russos é "prioridade máxima" e que o ritmo da retirada não é "tão rápido quanto desejado". Merkel encontrou-se com Mikhail Saakashvili, presidente georgiano, e disse que a Alemanha apóia a entrada da Geórgia na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

A secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, disse em um programa de TV nos EUA que espera que a Rússia cumpra sua promessa e retire suas tropas conforme o combinado. Segundo Rice, se não sair, a Rússia terá de pagar pelas conseqüências de suas ações.

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O presidente russo chegou na tarde desta segunda à cidade de Vladikavkaz, na Ossétia do Norte, na fronteira com a região do conflito, segundo as agências russas de notícias. Ele foi condecorar tropas envolvidas nos combates com a Geórgia.